segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Reservado à Indignação (13)

Quando cheguei das minhas férias, no sotavento algarvio, fui “obrigada” a deslocar-me ao posto de saúde da minha área de residência. O impacto da chegada foi o suficiente para me pôr doente, coisa de pouca gravidade mas, o stress pós férias traz sempre problemas e sequelas…
Fui a uma daquelas consultas de urgência das 18 às 20 horas. Pomposamente, chamam-lhes Atendimento Complementar. Como cheguei às 17.45 já não havia senhas para esse dia. Fiquei a saber que as senhas eram distribuídas às 17.30 pelo segurança que se encontra à porta do centro e essa distribuição era feita pela ordem de chegada dos utentes. Claro está que muito antes das 17 horas e 30 minutos já está pessoal à espera de vez.
Tive mais sorte no segundo dia. Cheguei às 16.45 e já tinha sete pessoas à minha frente…
Sei que o nosso sistema de saúde não funciona mas, a razão da minha indignação, desta vez, não se prende com o sistema. E digo desta vez porque é perfeitamente natural que um destes dias me indigne com o sistema propriamente dito (com tanta gente contra o sistema não sei como este ainda não se suicidou…).
Curiosamente, apesar de ser o oitavo utente, fui o 4º doente a ser atendido… Deus é grande e resolveu dar-me uma benesse, já que não tenho sorte nas filas do supermercado…
Como os doentes são divididos por vários gabinetes, quis a fortuna que eu fosse calhar no gabinete do médico que chegou mais cedo…
So far so good mas basta um grão de areia na engrenagem para tramar tudo…
Ouvi chamar o meu nome e entrei. A médica que me atendeu deveria rondar os cinquenta anos e não vou revelar o nome apenas para não envergonhar a classe médica. Mandou-me sentar e mascando pastilha elástica, repito, mascando pastilha elástica de boca aberta, perguntou-me de que mal padecia.
Apeteceu-me responder-lhe, com uns arrotos pelo meio, que sofria de flatulências…embora não fosse essa a minha maleita…
Depois de lhe ter dado uma brevíssima explicação, ouvi o “veredicto” e, entre algumas mastigadelas, o modo de administrar os medicamentos que deveria tomar. Mascando, despediu-se dizendo as m’lhoras
Só faltou fazer um daqueles enormes balões que rebentam com um estalinho agudo…
Achei aquele comportamento de uma enorme falta de educação e uma desconsideração para com os doentes.
Espero, sinceramente, que o doente atendido depois de mim lhe tenha tossido para cima e feito queixa na Autoridade da Concorrência… porque a senhora estava, inequivocamente, a concorrer com um bovino… isto, para não lhe chamar vaca, porque eu sou uma lady

Memórias e Afectos (34)

Praias – 3ª parte: Juventude (Nova Temporada) /Adulta (mas pouco…)

Armação de Pêra!
Como diria o Malato, fui muito feliz em Armação de Pêra.
O meu primeiro contacto com esta praia algarvia foi no início da década de 70, quando namorava com o Q. Os pais dele foram passar o mês de Agosto ao Algarve, mais propriamente a Alcantarilha (a três quilómetros de Armação) e os meus pais resolveram ir até Armação de Pêra. O Q. e eu conseguimos, sem esforço, passar esse mês de férias sempre juntos. Os pais, de ambos os lados, acabaram por se conhecer e simpatizar uns com os outros, o que veio a ser muito útil, pois enquanto eles se divertiam juntos, nós aproveitávamos para namorar… Gostámos tanto que este namoro durou três anos, acabou, e ainda voltámos a namorar outra vez… Depois cada um seguiu o seu caminho.
Nesse tempo ainda existia casino em Armação de Pêra (mais tarde viria a ser ocupado por retornados das colónias) e dei lá vários passinhos de dança. Numa dessas noites, os nossos pais estavam presentes e ainda hoje recordo, com um sorriso, o olhar furioso do meu pai ao ver-nos dançar agarradinhos na pista de dança… Eu sabia que depois de sair dali teria “sermão e missa cantada” mas sentia-me tão feliz e enamorada que não deixaria que nada nem ninguém estragassem aquele momento único e mágico... O Q. foi, sem margem para dúvidas, o namorado que me deixou as melhores recordações. Esteja ele onde estiver, espero que seja muito feliz…tão feliz como eu fui nessa época!

Voltei a Armação de Pêra nos anos seguintes, com pais, tios, primos, às vezes irmão, cunhada e sobrinha. Alugávamos uma casa e aí passávamos um mês de férias. Continuava a namorar o Q. Foi o único período da minha vida em que escrevi cartas de amor, talvez ridículas… mas não seriam cartas de amor se não fossem ridículas…
Nos anos que se seguiram ao 25 de Abril, esta praia continuou a ser a nossa praia de eleição e lembro-me bem de algumas frases que apareciam escritas nas paredes, pelos anarcas. A melhor, para mim, foi esta: Fascistas veraneantes! Armação conhece-vos e não vos quer cá! Rua!
Naturalmente nunca ligámos a estas “ameaças” e continuámos a fazer as férias de Verão nesta praia que tão bem conhecíamos, chegando mesmo a fazer algumas amizades. Cabe aqui dizer que Armação de Pêra era uma praia com bastante afluência mas ainda muito pacata, comparando, certamente, com o que será actualmente. O hotel Garbe e o hotel Levante, este último já na saída para Porches, eram, na altura, os grandes hotéis que serviam esta praia.

Casei no começo dos anos 80 e tive a minha primeira filha nos finais desta década. Armação de Pêra não deixou de ser a praia da nossa preferência. Só depois do nascimento da minha segunda filha deixámos de ir passar férias a Armação. A construção civil desgovernada fez desta vila um local demasiado tumultuoso e descaracterizado para o meu gosto, o minigolfe, onde passei bons momentos de lazer, foi deixado ao abandono. As casinhas tradicionais foram dando lugar à ganância do betão e as semelhanças intragáveis com a zona de Albufeira acentuaram-se.
Armação de Pêra deixou, assim, de fazer parte do meu destino de férias…
Um dia hei-de voltar, com o areal deserto e só meu…
Um dia hei-de voltar e os meus pezinhos, na areia, deixarão, novamente, pegadas, pegadas que farão parte das recordações daquela praia…

Rentrée

Eu não me importo de vir trabalhar...

...mas ter que esperar 8 horas para voltar para casa é demais…


domingo, 30 de agosto de 2009

J.D. vs J.D.

Depp encarna bem Dillinger... e a caracterização pareceu-me perfeita.
John Dillinger (Johnny Depp) é um famoso gangster.
Melvin Purvis (Christian Bale), como agente do FBI, utiliza alguns métodos pouco louváveis...
Dillinger foi morto numa emboscada. Anna Sage estava com problemas de imigração e fez um acordo com Purvis e o FBI para o apanharem. Em troca não seria deportada para a Roménia.
Não fiquei a saber no filme mas investiguei e, mesmo tendo colaborado com o FBI, Sage foi deportada... Bem feito!! O "rapaz" só assaltava bancos, nunca deixou ficar mal nenhum dos seus amigos... Além disso, talvez porque os americanos culpavam os bancos pela grande recessão económica mundial (Grande Depressão), Dillinger era visto, por alguns, como um herói nacional...

Se quiserem saber mais, vejam aqui.
Depois de ver o filme...

fiquei com vontade de ler o livro de Bryan Burrough Inimigos Públicos sobre a Grande Onda de Crimes e o nascimento do FBI, 1933-34).

sábado, 29 de agosto de 2009

Final de férias "eléctrico"...

Bom... eu já não estou de férias, estou, como todas as pessoas que não estão de férias, de fim-de-semana...
Mas que o dia de hoje foi eléctrico, lá isso foi... Estão a pensar que foi um dia agitado e vertiginoso? Desenganem-se...
Para falar com franqueza, foi mesmo um dia eléctrico...ou melhor, um passeio eléctrico...
Ora vejam!

Quarenta e cinco minutos de prazer, viajando no eléctrico vermelho (antigamente havia quem lhe chamasse moscovita...) secular que liga Sintra à Praia das Maçãs... Foi delicioso! Passear, naquela carruagem aberta, foi uma "aventura" refrescante por dentro da vegetação, num percurso de treze quilómetros.
Chegar à Praia das Maças podia fazer-se de olhos vendados. O cheiro intenso a maresia e a brisa fresca que se faz sentir dispensam olhares... Ah...o cheiro a maresia é uma coisa que a maioria da costa algarvia não tem.
O cheiro a maresia é tão intenso que quase consigo saboreá-lo... Divinal!

Eram muitas as pessoas, tanto na ida como no regresso a Sintra.
Quase me senti a fazer uma viagem no tempo...

Felicitando...

Há 21 anos, o Chiado deixou de ser o mesmo.
Também há 21 anos eu deixei de ser a mesma.
Nasceste e eu passei a ter o privilégio de ser tua mãe.
Obrigada A. por seres uma filha maravilhosa.
Goza a vida, não te esqueças que os anos passam e os dias voam…

Parabéns!

Também a “avó” O. faz hoje anos, 92 anos…
Liguei-lhe. Não estava à espera que ela estivesse com tantos lapsos de memória…
Não quero falar mais no assunto. Fiquei emocionada…
Parabéns à “avó” por adopção…

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Interrupção voluntária das férias...

...para relembrar o dia em que Lisboa parou e chorou.
Naquela manhã, as rádios anunciavam Lisboa está a arder.

Depois das chamas restaram os escombros e um cenário desolador...
Actualmente, o Chiado, que Siza Vieira reconstruiu preservando algumas fachadas originais, é um importante centro de comércio da cidade de Lisboa.

No entanto, na madrugada do dia 25 de Agosto de 1988, o Chiado nunca mais voltou a ser igual...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Reservado à Indignação (12)



Observem com atenção a data desta factura...

Faz precisamente 16 anos que jantámos nesta cervejaria, na Praia das Maças.

A moeda em circulação era ainda o escudo...
Observem bem o preço...

Quando veio a factura, desatámos a rir... não acreditávamos que isto nos estava a acontecer... mas estava, foi real...


Éramos oito...
Façam as contas e vejam o valor per capita!!!
Uma verdadeira fortuna!!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Livros e Mar: eis o meu elemento! (14)


- Albus Severus -disse Harry em voz baixa - tens o nome de dois directores de Hogwarts. Um deles era dos Slytherin e foi provavelmente o homem mais corajoso que alguma vez conheci.



- Vai correr tudo bem - murmurou Ginny.
- Eu sei que vai.
Há dezanove anos que a cicatriz não o incomodava.
Estava tudo bem.



Oh... acabei de ler o livro.
Oh... acabou a saga. Snif, snif...




Porque há factos...

... que não podem nem devem ser esquecidos!



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Memórias e Afectos (33)

Não podia estar mais feliz!... O meu coração transborda de felicidade!
Rejuvenesci! Voltei à infância!
Acabei de falar ao telefone com... o senhor Faria!!!
A mesma voz, a mesma simpatia, a mesma rectidão e a mesma gentileza...
Mentalmente e com facilidade, imaginei-o a sorrir, e pela satisfação que lhe senti na voz, não tenho dúvidas que os olhos também riam...
Quando o ouvi, não consegui evitar que os meus olhos ficassem marejados de lágrimas de alegria...
Foi um prazer imenso voltar atrás mais de quarenta anos... e ver-me, novamente criança, a chegar às Caldas para passar as férias de Verão, e a dizer olá ao senhor Faria, à porta da Farmácia Rosa...
Como é bom recordar...
Até breve!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Memórias e Afectos (32)

Praias – 2ª Parte: Juventude

Na minha mocidade, ou seja, já num outro patamar da minha vida, mudei de praia, embora não tenha sido uma opção minha. Tratou-se, apenas, de uma casualidade.
Em meados da década de 70 era frequentadora diária de cafés, onde ia dar “dois dedos de conversa” com amigos e foi por essa altura que nos cruzámos e fizemos amizade com outro grupo de jovens. Alguns deles costumavam ir acampar para o Algarve, nas férias de Verão, e foi de mochila às costas que eu e a T. nos juntámos a eles, rumo a Lagos.
Como o comboio na ponte era ainda uma quimera, tínhamos que ir de barco para o Barreiro e aí apanhar o comboio. Partíamos, por volta da meia-noite, num comboio que parava em todas as estações e apeadeiros e só chegávamos a Lagos às sete da manhã…Agora, que penso nisso, parece-me quase impossível suportar uma viagem de tantas horas para chegar ao Algarve, mas éramos jovens e não havia nada que nos pudesse chatear, muito menos uma viagem de comboio que durava a noite toda… Que mais podíamos desejar a não ser partir à aventura sem ter os pais por perto?
Julgo que foi na primeira viagem que eu descobri a liberdade…mas nunca deixei que essa liberdade se confundisse com libertinagem.
Mais tarde, os elementos do grupo mudaram mas a rotina permaneceu e todos os anos, no início de Agosto, lá íamos nós, de mochila às costas, a caminho de Lagos.
E todos os anos, enquanto, na escuridão da noite, o comboio atravessava o Alentejo, nós gozávamos a nossa emancipação conversando, rindo e jogando às cartas, até sermos vencidos pelo sono e acordarmos em Lagos, encostados uns aos outros, numa cumplicidade silenciosa e sadia…
Depois de instalados no parque de campismo “Esperança de Lagos”, propriedade, penso eu, do clube de futebol local, era altura de começar a gozar a praia e a trabalhar para o bronze (convém dizer que, nos anos setenta, não se ouvia falar muito de precauções com a pele nem da perigosidade dos raios solares, nem da camada do ozono…).


Praia do Pinhão… A praia do Pinhão surge nas minhas memórias. Uma pequena praia, abraçada por rochas, que consegue acolher uma dose generosa de lembranças.
Foi na praia do Pinhão que a T. se escondeu, quando viu aparecer o barco do M…
Foi na praia do Pinhão que procurámos “abrigo” quando fugimos de Monte Gordo, mais propriamente, do V., com quem eu namorava na altura, e dos seus amigos idiotas…
Foi na praia do Pinhão que os nossos corações bateram com mais intensidade.
Foi na praia do Pinhão que curtimos algumas tristezas e vivemos muitas alegrias.


Nunca mais voltei à praia do Pinhão, mas guardo, numa daquelas gavetinhas que temos no cérebro, todos os momentos inesquecíveis, e num cantinho do coração guardo os momentos mágicos que lá passei…
Tenho saudades da praia do Pinhão, saudades da minha juventude, da vida descontraída e divertida. Saudades do tempo em que as nossas preocupações eram, sobretudo, as paixões, os amores de Verão, as trocas de olhares, os comentários, os risinhos abafados, as promessas de amor e as confidências…
Nessa altura, acreditava na paz, na justiça, na felicidade e no amor eterno…
Presentemente, porque sou uma optimista incurável, continuo a acreditar…

Message in a bottle (21)

Praguejar afasta a dor e dá saúde
(por Isabel Stilwell)

Guardar o ressentimento e a raiva pode ser muito agradável para quem tem a sorte de viver por perto de uma pessoa bem-educada, mas provoca úlceras e enfartes, e explica o número astronómico de antidepressivos e ansiolíticos que Portugal continua a consumir. Solução: seguir os conselhos de um estudo publicado na revista Neuroreport que garante que quando praguejamos suportamos melhor a dor, porque activamos as nossas tácticas de defesa para fazer face ao inimigo. Nesse estudo falam da dor física, mas tenho a certeza de que se aplica também à psicológica.

Praguejar é o melhor remédio
(por Pezinhos na Areia)

Subscrevo na íntegra o texto supracitado porque tenho alguma experiência na Arte de Bem Praguejar a Toda a Vela (quando vou à bolina nada me faz parar…) e, até à data, não houve nenhum laboratório farmacêutico que lançasse um medicamento tão eficaz como esta mezinha caseira… Praguejar é mesmo um remédio santo!

Blogo, logo existo!




Faz hoje um ano, aceitei o desafio das minhas filhas.

Faz hoje um ano, coloquei 3 “post”.
Hoje tenho 313, 314…

Considerando que alguns “post”, para não dizer muitos, valem por 3 ou 4, atrevo-me a escrever, sem um pingo de modéstia, que tenho “trabalhado” muito bem…

Faz hoje um ano, passei a ser “blogodependente”…

Obrigada pelo apoio e por acreditarem em mim.

domingo, 2 de agosto de 2009

Memórias e Afectos (31)

Praias – 1ª Parte: Infância

Li, aqui há uns dias, numa revista, que as praias têm a ver com fases da nossa vida e quando elas terminam parece que esses sítios deixam de fazer sentido.
Não estou inteiramente de acordo. Admito que as praias têm a ver com fases da nossa vida mas, pessoalmente, não aceito a ideia que elas deixem de fazer sentido, apenas porque há fases da minha existência que vão ficando para trás.
Guardo boas recordações das praias por onde tenho passado nas várias etapas da minha vida, Foz do Arelho, Pinhão, Armação de Pêra e Manta Rota mas, sem hesitação, eu diria que, até agora, a Foz do Arelho não se limita a ser uma praia, é a Praia!
É a Praia porque tem uma enorme carga afectiva, porque tenho dela memórias valiosíssimas e únicas, porque lá me sentia parada no tempo, porque é a praia da minha infância…

Fotos “gentilmente roubadas” ao Blog “Águas Mornas”

Era nas Caldas da Rainha que passávamos o Verão, durante a mítica década de 60 e era, portanto, para a Foz do Arelho que íamos a banhos. Saíamos de manhã e geralmente vínhamos almoçar às Caldas, querendo isto dizer que, grande parte dos dias apanhávamos banhos de neblina em vez de banhos de sol mas a verdade é que eu regressava de férias super bronzeada…
Recordo, como se fosse ontem, a estrada da Foz, ladeada de árvores. A minha tia M. guiava bem e quando se enervava pisava muito o acelerador. Lembro-me do meu pai, não querendo ficar malvisto, acelerar atrás dela… Quase não havia carros naquela estrada.
Recordo, como se fosse ontem, a barraca de tecido branco que os meus pais alugavam, assim como os meus tios, assim como a tia J. e o tio Q., que eram só tios dos meus primos. Enfim, cada um tinha a sua barraca mas eram todas seguidas para estarmos perto uns dos outros. Inicialmente íamos para a lagoa e só mais tarde começámos a ir para a aberta.
Recordo, como se fosse ontem, a minha permanência dentro de água até os dedos ficarem engelhados e os lábios roxos (até cheguei a comer pastéis de nata dentro de água…). Os adultos diziam que a água estava muito fria mas para os miúdos estava sempre óptima. Hoje em dia sou eu que estou na pele dos adultos de outrora…
Recordo, como se fosse ontem, os vendedores com as caixas de metal que tinham uns tabuleiros que eles puxavam para que pudéssemos escolher os bolos e os vendedores de batatas fritas em pacotes transparentes e sem identificação do fabricante.
Recordo, como se fosse ontem, quando a minha mãe, sem saber nadar, ficou sem pé e gesticulou pedindo ajuda. Eu e o J. à beira-mar não percebemos que a minha mãe estava numa grande aflição. A sorte da minha mãe e a minha, claro, foi ter tido sangue frio suficiente para começar a dar aos braços até ficar novamente com pé.
Recordo, como se fosse ontem, o jogo do prego, espetando-o de formas diferentes na areia seca, apesar de não me conseguir recordar exactamente das várias maneiras de o atirar.
Recordo, como se fosse ontem, a minha grande alegria quando aprendi a nadar de costas e da sensação deliciosa que era estar em cima do colchão de praia, vermelho, balanceando na água.
Tudo isto são memórias da minha infância que eu recordo como se fosse ontem...

sábado, 1 de agosto de 2009

Primeiro de Agosto

Hoje acordei com uma daquelas manhãs cinzentonas que eu detesto e como sempre ouvi dizer, primeiro de Agosto, primeiro de Inverno... comecei logo a praguejar com tempo, pois as minhas férias estão a aproximar-se.
Mas depressa me passou o mau humor. Bastou-me pensar que, mais vale um mau dia de férias que um bom dia de trabalho...
Essa é que é essa!