sábado, 11 de abril de 2009

Message in a bottle (14)

Maus casamentos adoecem mulheres (por Isabel Stilwell)

Não é novidade, pelo menos para nenhuma mulher é, que os homens têm uma estranha e sobrenatural capacidade de atirar para trás das costas, que é como quem diz do pensamento, as coisas que os chateiam. Numa arte fabulosa de compartimentação, conseguem arrumar em gavetas separadas, e até em cofres fechados a sete chaves, os acontecimentos passados, presentes ou futuros, que ameaçam a sua felicidade. Aparentemente, são capazes de passar um pano por cima do que lhes desagrada. O "mas isso já foi há séculos" ou um simples "não me lembro de nada" fazem parte de qualquer vulgar discussão matrimonial, mesmo que os séculos passados remontem à sexta-feira passada.
Reagem assim ao amor e ao trabalho, aliás, quem é que não se defrontou com um desesperante "nada de especial", quando perguntou ao marido como foi o dia de trabalho?
Por isso, só a um homem podem admirar as conclusões de um estudo publicado na revista da American Psychosomatic Society, que atestam que as mulheres somatizam muito mais do que os homens a tensão e a infelicidade num casamento.
Se houve tempos em que se achou que a alma e o corpo eram entidades separadas, já há muito que ninguém tem dúvidas de que o sofrimento psicológico e físico se entrelaçam numa teia de sinais químicos, que torna difícil por vezes perceber se quem nasceu primeiro foi a galinha ou o ovo. Quando decidimos varrer para debaixo do tapete uma relação afectiva insatisfatória, julgando que ela fica por lá, limitamo-nos a subestimar a inteligência do nosso cérebro, que vai encontrar forma de nos fazer parar, escutar e olhar.
O estudo incluiu um exame médico a cada um dos elementos dos 276 casais cobaias, todos casados há vinte anos. As mulheres com relações mais difíceis, para além de mais deprimidas, sofriam também de um leque de "avarias" do sistema metabólico. Os homens na mesma situação confessavam-se igualmente deprimidos, mas essa tristeza não provocava danos na sua saúde.
Os investigadores recomendam exercício e dieta.
Eu diria que era tempo de mudar de marido!

1 comentário:

mar salgado disse...

nao posso estar mais de acordo