“Bilhar às Nove e Meia”, de Heinrich Böll (Prémio Nobel da Literatura em 1972), é um romance publicado em finais da década de 50. Ao ler a sinopse, pareceu-me uma história interessante.
Definitivamente, foi a gota de água que fez transbordar o copo… Deixei de acreditar nos premiados da literatura. Claro que a minha opinião sobre o autor é apenas baseada neste livro, claro que eu não sou nenhuma perita em literatura, claro que o facto de gostar muito de ler não me transforma numa pensadora nem numa pessoa culta, enfim, claro que eu sou uma básica e, felizmente para os laureados, não faço parte do júri da Academia Sueca.
Aliás, pensar que os Prémios Nobel da Literatura são sempre sinais de perfeição e sumidade é um engano, dizer que um Prémio Nobel da literatura é indício de excelência não é uma verdade absoluta, irrefutável ou intocável. Quando li “Os Anões”, do galardoado de 2005, Harold Pinter, compreendi que a atribuição de um Nobel da Literatura é baseada em opiniões, modos subjectivos de avaliação por parte dos membros da Academia.
“Bilhar às Nove e Meia”, a história de três gerações da mesma família, desiludidas com a vida antes, durante e pós guerra, é construída através das memórias e pensamentos dos personagens, que nos mostram facetas diferentes de cada um deles.
Congratulo-me por ter chegado ao fim do livro, regozijo-me pela minha coragem e pela “conquista” da página trezentos e três.
Böll pode ter sido distinguido com o maior prémio literário, pode ter todo o reconhecimento da Academia, mas a narrativa não me fascinou, a escrita é dura e a leitura foi penosa.
Sob o microscópio da narrativa, inspeccionada de forma profunda e com um humor surpreendente é com a família Faehmel que Böll desenha o retrato de uma Alemanha que tenta recuperar da guerra. Personagem a personagem, sob o olhar impiedoso do narrador, constrói-se a paisagem da família estilhaçada pela guerra. No palco do romance vão surgindo as mais variadas figuras, da secretária intrometida ao assassino psicopata, o santo e o pecador, dos inocentes aos desiludidos; para todos a guerra veio criar um novo mundo perturbador onde os seus lugares sociais estão em causa.
Sem comentários:
Enviar um comentário