quarta-feira, 30 de junho de 2010

Memórias e Afectos (59)

A melhor equipa de sempre da história do Hóquei em Patins! Muitos títulos conquistou.

Jogavam com garra, camaradagem e orgulho! Muitos jogos ganharam aos espanhóis...
Sempre gostei de hóquei (talvez porque cresci com o meu irmão J.C. a jogar na Académica da Amadora) e nesta época não perdia um jogo... Era um verdadeiro deleite ver esta equipa maravilha a jogar! Que saudades desses tempos. Que saudades de os ver jogar. Obrigada a todos pelos belíssimos momentos que me proporcionaram...

(Para não variar, fotos roubadas gentilmente na NET...)

A Técnica do quadrado

Ontem, comi franguinho de churrasco ao jantar.
Avaliando a quantidade de gente que estava na churrasqueira a comprar frangos, consigo depreender que uns seis milhões de portugueses, onde me incluo, comeram frango.
Posso também deduzir que esse facto se deve ao jogo dos oitavos de final do Mundial, que pôs em confronto a selecção das quinas (ou dos Navegadores, como são apelidados agora) e as hostes castelhanas.
Não vi o jogo. Primeiro, porque não ligo pevas a futebol, segundo porque estes jogos do mata, mata, me enervam.
Não vi o jogo, mas parece-me que, desta vez, nesta nova “batalha de Aljubarrota”, não só não existia uma desproporção numérica, como a técnica do quadrado não surtiu efeito…
Talvez porque essa técnica, estratégia militar de Alexandre Magno, presentemente, é limitada, muito convencional ou “quadrada”… e a arrogância estivesse do nosso lado…
Talvez porque Brites (Hugo) Almeida, no fragor da batalha, foi substituído por outro “padeiro” que não conseguiu matar, à pazada, os adversários da tropa portuguesa… Desta vez, levámos na pá…
Talvez porque o nosso “Mestre Ronaldo”, não de Avis mas de Aveiro, não fez nada que mereça a pena salientar e mais parecia o rei de Castela… (agora é que percebi por que razão ele joga em Espanha!).
Nesta “batalha de Aljubarrota”, as opções do “Condestável” Queirós são contestáveis e foram decisivas em campo, para desespero de todos os portugueses.
No fim da peleja, o “mestre”, com braçadeira de capitão, sem espírito de equipa, sem humildade, mal-educado e bronco q.b., sacudiu a água do capote, lançando as culpas da derrota para cima do “Condestável”. Saiu como entrou, com a eterna mania que é bom e insubstituível… Pobre menino rico. Ó meninas! Abram os olhos, porra! O tipo é bimbo até à medula! Eu não o queria nem coberto de ouro, mansões e Maseratis
O galeão espanhol afundou a nau portuguesa que, devido à globalização, não é assim tão lusitana. As tormentas deixaram muitas náuseas… e agonias!
A mim deixaram-me com fome… Hum, terá sobrado frango?

domingo, 27 de junho de 2010

sábado, 26 de junho de 2010

Let's look at the trailer (13)

Aconselhado a alunos, professores, pais e encarregados de educação...
O filme A Turma passou um pouco despercebido em Portugal.


A minha onda (17)

A música é deliciosa e a letra é uma pérola...
A minha preferência vai para a dobragem em brasileiro.




sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Lágrima

Poesia de Guerra Junqueiro que tive o privilégio de recitar no 2º ano do liceu.

Manhã de Junho ardente. Uma encosta escalvada,
Seca, deserta e nua, à beira duma estrada.

Terra ingrata, onde a urze a custo desabrocha,
Bebendo o sol, comendo o pó, mordendo a rocha.

Sobre uma folha hostil duma figueira brava,
Mendiga que se nutre a pedregulho e lava,

A aurora desprendeu, compassiva e divina,
Uma lágrima etérea, enorme e cristalina.

Lágrima tão ideal, tão límpida que, ao vê-la,
De perto era um diamante e de longe uma estrela.

Passa um rei com o seu cortejo de espavento,
Elmos, lanças, clarins, trinta pendões ao vento.

"No meu diadema ― disse o rei ― quedando a olhar,
Há safiras sem conta e brilhantes sem par.

Há rubins orientais, sangrentos e doirados,
Como beijos de amor a arder, cristalizados.

Há pérolas, que são gotas de mágoa imensa,
Que a lua chora e verte, e o mar gela e condensa.

Pois, brilhantes, rubins e pérolas de Ofir,
Tudo isso eu dou, e vem, ó lágrima, fulgir

Nesta c’roa orgulhosa, olímpica, suprema,
Vendo o Globo a teus pés do alto do teu diadema!"

E a lágrima celeste, ingénua e luminosa,
Ouviu, sorriu, tremeu, e quedou silenciosa.


Couraçado de ferro, épico e deslumbrante,
Passa no seu ginete um cavaleiro andante.

E o cavaleiro diz à lágrima irisada:
"Vem brilhar, por Jesus, na cruz da minha espada!

Far-te-ei relampejar, de vitória em vitória,
Na Terra Santa, à luz da Fé, ao sol da Glória!

E à volta há-de guardar-te a minha noiva, ó astro,
Em seu colo auroreal de rosa e de alabastro.

E assim alumiarás, com teu vivo esplendor,
Mil combates de heróis e mil sonhos de amor!"

E a lágrima celeste, ingénua e luminosa,
Ouviu, sorriu, tremeu, e quedou silenciosa.


Montado numa mula escura, de caminho
Passa um velho judeu, avarento e mesquinho.

Mulas de carga atrás levavam-lhe o tesoiro:
Grandes arcas de cedro abarrotadas de oiro.

E o velhinho, andrajoso e magro como um junco,
O crânio calvo, o olhar febril, o bico adunco,

Vendo a estrela, exclamou: "Oh! Deus, que maravilha!
Como ela resplandece, e tremeluz, e brilha!

Com meu oiro em montão podiam-se comprar
Os impérios dos reis e os navios do mar.

E por esse diamante esplêndido trocara
Todo o meu oiro imenso a minha mão avara!"

E a lágrima celeste, ingénua e luminosa,
Ouviu, sorriu, tremeu, e quedou silenciosa.


Debaixo da figueira, então, um cardo agreste,
Já ressequido, disse à lágrima celeste:

"A terra onde o lilás e a balsamina medra
Para mim teve sempre um coração de pedra.

Se a queixar-me ergo ao Céu os braços por acaso,
O céu manda-me em paga o fogo em que me abraso.

Nunca junto de mim, ulcerado de espinhos,
Ouvi trinar, gorjear a música dos ninhos.

Nunca junto de mim ranchos de namoradas
Debandaram, cantando, em noites estreladas...

Voa a ave no azul e passa longe o amor,
Porque ai! Nunca dei sombra e nunca tive flor!...

Ó lágrima de Deus, ó astro, ó gota de água,
Cai na desolação desta infinita mágoa!"

E a lágrima celeste, ingénua e luminosa,
Tremeu, tremeu, tremeu... e caiu silenciosa!


E algum tempo depois o triste cardo exangue,
Reverdecendo, dava uma flor cor de sangue,

Dum roxo macerado e dorido e desfeito,
Como as chagas que tem Nosso Senhor no peito...

E ao cálix virginal da pobre flor vermelha
Ia buscar, zumbindo, o mel doirado ― a abelha!...

(Guerra Junqueiro - 1888)

Gosto...e não se fala mais nisso! (17)

Gosto de burros. De quatro patas.

Dos que estão em vias de extinção...

Bora lá... sonhar! (7)






Talvez um dia...

...também eu possa ler

e flutuar no Mar Morto...

Talvez um dia...






quarta-feira, 23 de junho de 2010

O tempo é irrecuperável...

Foi desta casa que partiste, faz hoje seis meses…

Continua a ser difícil viver sem a tua sabedoria, sem os teus conselhos. Continua a ser difícil viver sem o teu amor incondicional. Continua a ser difícil viver sem a tua presença física. Passaste a ser apenas uma saudade, uma foto, uma recordação… Mas serás sempre uma recordação eterna… e um dia, pai, a gente vai-se encontrar…
Onde estiveres, recebe mil abraços doces, da tua filha que te adora.

"Quando comparamos o presente do homem na Terra com o tempo que desconhecemos, parece-me o voo rápido de um único pardal através de um salão de banquetes num dia de Inverno. Depois de alguns momentos de conforto, ele desaparece de vista no mundo frio de onde veio. Mesmo assim, o homem surge na Terra por pouco tempo, mas o que se passou antes dessa vida ou o que virá depois, não sabemos nada.
De todas as perdas, o tempo é a mais irrecuperável, pois nunca pode ser resgatado."

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Memórias e Afectos (58)

Lembram-se do João Ancinho e da D. Maria?...



Estudos Gerais

Que pena não estar a terminar o ensino secundário…
Tive conhecimento que no próximo ano lectivo, e à semelhança do que já acontece nas melhores universidades do Mundo, vai arrancar um curso inovador na Universidade de Lisboa.
Estudos Gerais é o nome da licenciatura que apresenta uma visão ampla e múltipla, unindo Artes, Humanidades e Ciências. Os alunos são livres de frequentar qualquer disciplina, passando por áreas curriculares tão díspares como a Genética, História da Arte ou Linguística Experimental. Poderão estudar do Big Bang a Homero, das leis da perspectiva à filosofia política, das culturas multimédia às línguas orientais. Podem juntar, numa só licenciatura, Einstein, Platão, Miguel Ângelo, Darwin, Tolstoi, Maquiavel e muitos mais, concentrando, contudo, os estudos num campo de especialização maior.
Que pena não estar a terminar o ensino secundário…
Segundo o director da Faculdade de Letras da UL, se a universidade visa educar os alunos, e não apenas treiná-los numa única área de saber, licenciaturas mono disciplinares como as que temos em Portugal são uma indesejável mutilação educativa.
Não posso estar mais de acordo porque se os alunos tiverem um leque variado de disciplinas, a entrada no ensino universitário não terá, certamente, a pressão, que os leva, por vezes, a fazerem escolhas erradas. Além disso, uma formação mais variada e completa fará com que se adaptem mais facilmente a situações novas e isso trará vantagens na entrada no mercado de trabalho. Juntando todas as áreas do saber, os jovens serão capazes de fazer coisas diferentes e terem mais facilidade em encontrar emprego.
Tomara eu estar a terminar o ensino secundário… poderia vir a saber de tudo um pouco, especializando-me, sei lá, talvez em Comunicação e Cultura, Estudos Literários ou, quiçá, em Ciências do Património…
Como, infelizmente, não estou a terminar o ensino secundário, tenho que continuar a trabalhar em estatística, embora o meu “negócio” nunca tenha sido números…
Resta-me a consolação de poder entrar na universidade sénior…

domingo, 20 de junho de 2010

Enquanto houver remorso...

... haverá culpa e todos os remorsos vêm de uma culpa por qualquer coisa que cometemos e pela qual nos arrependemos amargamente...
Os remorsos não passam, a culpa condena-me, creio que não há remédio para isto, a não ser reconhecê-la e continuar a pedir-te perdão, pai, por não ter estado ao teu lado quando partiste...
Os erros e os remorsos poderão atenuar-se com o passar do tempo, mas a dor permanecerá sempre...

O homem pode suportar as desgraças, elas são acidentais e vêm de fora. O que realmente dói, na vida, é sofrer pelas próprias culpas.

sábado, 19 de junho de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (27)

A mudança do estilo de escrita de Francisco Salgueiro é notória neste último romance. Nos primeiros quatro livros, as capas atraentes sugeriam histórias light, e eram, de facto, verdadeiro entretenimento. Neste romance, a escrita é mais empenhada, mais madura, e as personagens muito bem trabalhadas. Não li Amei-te em Copacabana, mas julgo que já nesse romance se terá manifestado esta tendência de mudança. A Praia da Saudade fez-me voltar aos anos 60, a década que mudou o mundo. Gostei muito.

Portugal, 1964. Salazar proibia a Coca-Cola, a censura amordaçava escritores e a PIDE prendia inocentes. Beatriz e Rodrigo apaixonam-se. Ela, de educação católica e membro da Mocidade Portuguesa Feminina. Ele, um defensor da liberdade e crítico do regime. Em plena ditadura, havia apenas uma regra no que tocava às relações: não se apaixonar pela pessoa errada.
Entre o ambiente de Lisboa nos anos sessenta, a guerra em África e o retrato de uma sociedade governada pelo medo, o autor, com base numa história real, escreve um romance emocionante e comovente a que nenhum leitor ficará indiferente.

Soyons réalistes, demandons l'impossible

Daniel Cohn-Bendit, uma das principais figuras do Maio de 68 em França, é um político alemão do partido ecologista Die Grünen, atualmente deputado europeu. É pena que não sejam todos assim. É pena que as televisões não mostrem estas coisas...
As legendas não são famosas, mas o importante é o conteúdo.

L'eurodéputé s'exprime avec force sur l'aide financière à la Grèce.

Tout est politique...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Hortas fazem frente à crise

As hortas comunitárias estão a ganhar cada vez mais adeptos. Por toda a cidade vão proliferando espaços de cultivo como forma de sustento ou, simplesmente, como terapia para vencer a tensão de uma vida difícil. Os "alfacinhas" voltaram às hortas...
O único registo que existe, no Gabinete de Estudos Olisiponenses, para a origem da alcunha “alfacinha” é o seguinte: A origem da designação perde-se: há quem explique que nas colinas de Lisboa primitiva verdejavam as “plantas hortenses utilizadas na culinária, na perfumaria e na medicina” que dão pelo nome de alfaces. Alface vem do árabe, o que poderá indicar que o cultivo da planta começou aquando da ocupação da Península pelos fiéis de Alá. Há também quem sustente que, num dos cercos de que a cidade foi alvo, os habitantes da capital portuguesa tinham como alimento quase exclusivo as alfaces das suas hortas.
O certo é que a palavra ficou consagrada e, de Almeida Garrett a Aquilino Ribeiro, de Alberto Pimentel a Miguel Torga, os grandes da literatura portuguesa habituaram-se a tomar “alfacinha” por lisboeta.
Mas o que eu gostava mesmo era de ser auto-suficiente como estes californianos...


Growing my own...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Memórias e Afectos (57)

Aqui deixo uma fotografia de Caldas da Rainha do antigamente, roubada gentilmente na NET como já vem sendo meu hábito...

Mas, há um senão... Não consigo situar-me, não consigo sequer descobrir uma pista que me leve a adivinhar onde esta foto foi tirada. Assim, lanço um desafio ao J, que, para além de caldense, é o único primo que me segue com alguma regularidade...

(Ó J, juro que isto não é um ultimato para fazeres um comentário...)

Message in a bottle (30)

Outros tempos, as mesmas circunstâncias (por José Luís Seixas, advogado)

“Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se quer falar de um país caótico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa da Europa – citam-se, a par, a Grécia e Portugal. Nós, porém, não possuímos como a Grécia, além de uma história gloriosa, a honra de ter criado uma religião, uma literatura de modelo universal, e o museu humano da beleza da Arte. Apenas nos ufanamos do Sr. Lisboa, barítono, e do Sr. Vidal, lírico.”

Assim escrevia Eça de Queiroz numa das suas crónicas, corrosivas e contundentes, reunidas no livro Uma Campanha Alegre, publicado em 1872.

Substitua-se o Sr. Lisboa, barítono, pelo Cristiano Ronaldo, futebolista, e o Sr. Vidal, lírico, pelo José Mourinho, treinador do mesmo ofício, e vemos os tempos de hoje com a acrescida inquietude. Mais de cem anos percorridos e continuamos a ser o que fomos. Fatalidade histórica ou sina do destino?

sábado, 12 de junho de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (26)

Um romance soberbamente escrito passado no gueto judaico de Varsóvia.

Narrado por um homem que por todas as razões devia estar morto e que pode estar a mentir sobre a sua identidade. No Outono de 1940, os nazis encerraram quatrocentos mil judeus numa pequena área da capital da Polónia, criando uma ilha urbana cortada do mundo exterior. Erik Cohen, um velho psiquiatra, é forçado a mudar-se para um minúsculo apartamento com a sobrinha e o seu adorado sobrinho-neto de nove anos, Adam. Num dia de frio cortante, Adam desaparece. Na manhã seguinte, o seu corpo é descoberto na vedação de arame farpado que rodeia o gueto. Uma das pernas do rapaz foi cortada e um pequeno pedaço de cordel deixado na sua boca. Por que razão terá o cadáver sido profanado? Erik luta contra a sua raiva avassaladora e o seu desespero jurando descobrir o assassino do sobrinho para vingar a sua morte. Um amigo de infância, Izzy, cuja coragem e sentido de humor impedem Erik de perder a confiança, junta-se-lhe nessa busca perigosa e desesperada. Em breve outro cadáver aparece - desta vez o de uma rapariga, a quem foi cortada uma das mãos. As provas começam a apontar para um traidor judeu que atrai crianças para a morte. Neste romance histórico profundamente comovente e sombrio, Erik e Izzy levam o leitor até aos recantos mais proibidos de Varsóvia e aos mais heróicos recantos do coração humano.


Mas encurralaram-nos mesmo e no dia 16 de Novembro, um sábado, ficámos selados dentro da nossa prisão judaica. O nosso universo ficou reduzido a pouco mais de 1,5 quilómetros quadrados. Durante essa primeira semana, viemos todos para a rua como se tivéssemos naufragado, olhando fixamente aquele perímetro de tijolo e arame farpado que nos isolava lá dentro, como se alguém tivesse feito de nós personagens de um conto de Kafka. Éramos agora quatrocentos mil seres escorraçados, encurralados na nossa própria cidade.

Um homem à minha frente caíra de exaustão. Estávamos a percorrer a plataforma de uma pequena estação ferroviária. Ao erguer os pés para passar por cima do homem, tive a certeza de que o nosso sangue nunca seria completamente apagado das ruas de todas as cidades e vilas polacas – nem que chovesse todos os dias, durante mil anos.

Sempre achei que sobrevivi por ter encontrado o Erik e escrito a história que ele me ditou. É a única justificação que encontro para estar aqui, quando há seis milhões que não estão. Sei que esta minha explicação não tem qualquer sentido lógico, mas por esta altura já todos sabemos que a lógica não é o ponto forte de Deus.

Message in a bottle (29)

Revejo-me neste pequeno texto. Só tenho pena que esta investigação não tenha sido feita na década de 70, pois tinha-me poupado alguns aborrecimentos com a minha mãezinha…

Não volte a fazer a cama (por Isabel Stilwell)

Sempre tentei convencer a minha mãe de que fazer a cama de manhã era uma perda de tempo, já que horas depois a ia desfazer de novo. Não resultou. Mais tarde, na adolescência, que correspondeu à revolução de Abril, defendi que se a minha cama estava ou não feita só a mim me dizia respeito, já que era eu que lá dormia. Não funcionou. Numa última tentativa argumentei que fazer camas não era certamente coisa boa, a avaliar pelo significado da expressão “fizeram-lhe a cama”, mas também não serviu de nada. E agora que a BBC revelou uma argumentação praticamente imbatível contra as camas arrumadinhas, não tenho contra quem me rebelar e, pior, estou tão viciada em camas feitas que esta notícia só pode vir incendiar a discussão que diariamente protagonizo com os meus descendentes. Mas como pode ser útil aos leitores, muitos deles certamente à procura de munições para esta guerra, aqui fica.
Primeiro é preciso falar nos ácaros. Os ácaros metem muito medo às mães, porque são feios e provocam asma e alergias. Enoje-a dizendo-lhe que há cerca de um milhão e meio numa única cama. Depois lembre-lhe que se alimentam de pele descamada. Quando a pobre estiver quase a vomitar, informe-a que os investigadores da Universidade de Kingston descobriram que os ácaros odeiam camas abertas porque não reúnem o calor e a humidade de que precisam para sobreviver. Tenho a certeza de que a partir daí vai ser ela a pedir-lhe que não faça a cama.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Estou pra lá de Bagdad...

É mesmo assim que estou... pra lá de Bagdad!
Distante, desligada de tudo, no mundo da lua...
Como não me apetece escrever, aproveito para organizar imagens e textos.
É fácil e não preciso de me concentrar, posso estar longe...

Pra lá de Bagdad...

quinta-feira, 3 de junho de 2010