domingo, 29 de setembro de 2013

Coleccionadores

"É aos psicanalistas que se deve perguntar por que se coleciona. Só eles sabem descobrir quais os motivos inconfessáveis e escabrosos que levam um burguês pacato e morigerado a praticar atos perfeitamente simples e morais. Não resta dúvida que o dom de colecionar é uma compensação para algum complexo. Em muitos casos é simplesmente um complexo de fuga, uma “Pasárgada” que ajuda a suportar guerras, inflações, desejos frustrados ou simplesmente uma mulher tagarela. Compensá-los, escrevendo poemas, pintando, esculpindo ou colecionando ainda é a melhor terapêutica que pode haver. Há gente que coleciona selos, discos de fonógrafo, botões de fardas, soldadinhos de chumbo, figurinhas de toda a sorte, e até caixas de fósforos. Tutankhamon colecionava bengalas e queria-as tanto que foi enterrado com elas. "

Quando morrer, serei também, certamente, cremada com os livros da minha infância e juventude… (ihihih)

“Seria – vocês hão-de perguntar – uma característica do colecionador não ler livros?
Menciono aqui a resposta que Anatole France tinha na ponta da língua para dar ao filisteu que, após ter admirado a sua biblioteca, terminou com a pergunta obrigatória:
- O senhor leu tudo isso, Monsieur France?
– Nem sequer a décima parte. Por acaso, o senhor usa diariamente a sua porcelana de Sèvres?”

O colecionador é, assumidamente, um ciumento! Especialmente quando se trata de outro colecionador. Ele dá, mas não empresta livros.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mistério…

Registei-me no “Mistério Juvenil”. Após aprovação do administrador, fiz a minha apresentação no fórum, no tópico da secção Patrícia chamado “ainda hoje sabe bem reler”. Como membro certificado, irei receber um cartão e um crachá!
Para quem não conhece, aconselho uma visita ao fórum.
Segue a minha apresentação… 


Já aqui fui citada várias vezes (não sei se estou a ser pretensiosa…) e alguns até já me conhecem de um encontro na feira da ladra.Faço colecção de livros juvenis (e de livros infantis, cadernetas de cromos, jogos da Majora dos anos 60, etc.), não por ter espírito de coleccionadora, mas porque desenterrei o baú das memórias e a sua revelação permanecerá até ao resto dos meus dias. Esta ideia agrada-me…Resumindo, eu compro e colecciono memórias, apenas as minhas memórias. Colecções que não preencham esta condição, estou fora! 
As diligências para encontrar alguns dos meus antigos “bens”, que perdi levianamente, nasceram quando o termo saudosismo começou a fazer parte do meu vocabulário e, admito, a procura é aliciante… Foi assim que acabei por conhecer uns membros empenhados deste fórum… Por insistência desses simpáticos chatos (limitei-me a fazer copy paste do que um deles disse…) aqui do fórum, registei-me, e gostava que me inscrevessem oficialmente na cábula. Sei que a ideia da cábula nasceu dos coleccionadores dos livros da Patrícia (bem mais recentes que as minhas velhas memórias…) e que os membros são conhecidos por codornizes ou CBV’s ("Codornizes Brancas do Vale", nome do clube formado pela Patrícia). Embora as minhas características físicas se assemelhem à codorniz, pequena e rechonchuda, confesso que tenho uma verdadeira fobia a galináceos (riam-se à vontade...), o que me tornará, caso me aceitem na cábula, num caso patológico, e passe a ser a ONV (Ovelha Negra do Vale)… Se eu não aparecer por aqui muitas vezes, culpem a falta de tempo e, claro, os chatos que me “coagiram” a registar… 
Saudações juvenis

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Excelente documentário

Uma curta metragem documental sobre a biodiversidade da cidade de Lisboa e o trabalho que o LxCras tem vindo a desenvolver enquanto centro de recuperação de animais selvagens. Louvável!
Um filme lindo, uma enorme promoção para o nosso país, óptimo para ver com os mais pequenos, enfim, todos os elogios são poucos… Vejam e maravilhem-se!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Portugal é uma casa farta

Li por aí…

Os portugueses estão fartos dos políticos.
Os políticos estão fartos de nos enganar.
A Oposição está farta do Governo.
O Governo está farto da Oposição.
Toda a gente está farta do PR.
O PR está farto de ser PR.
Os privados estão fartos dos funcionários públicos.
Estes estão fartos de ser maltratados.
Muitos fartaram-se disto e emigraram.
Enfim, vamos ver até quando nos fartamos de vez disto tudo...

sábado, 21 de setembro de 2013

Gatos e café…

… uma combinação perfeita!

Café dos Gatos em Paris.
A moda dos cafés com gatos chegou a Paris, que tem agora o seu primeiro café onde é possível apreciar a companhia de felinos.
Os gatos, nove ao todo, foram resgatados de abrigos onde se encontravam para adopção, as idades escolhidas estão entre os 5 meses e os 2 anos e o critério que presidiu à escolha foi a sociabilidade dos mesmos, para além do facto de não estarem doentes, o que poderia pôr em risco os clientes. Neste espaço os gatos são reis e vão ter colo, festas e muita atenção enquanto os clientes se deliciam com um croissant e um chá, e como dizem os japoneses, estas “trocas de mimos” têm efeitos terapêuticos comprovados.Inspirado em locais semelhantes no Japão, o café, localizado no Quartier du Marais, já está a ficar bastante concorrido. Quem quiser ir aos fins-de-semana, por exemplo, precisa fazer reserva com um mês de antecedência…

Café_Paris
Enquanto não ganho o Euromilhões para abrir o primeiro café dos gatos em Lisboa, podem vir tomar um café a minha casa e desfrutar do prazer de ouvir o ronronar de um gato. Café e gato, 2 euros.
Nota: Não faço promoções. O café é “What else?” e os gatos são educadíssimos…

(Notícia fornecida pelo meu amigo JMC) 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Livros e Mar: eis o meu elemento! (78)

Os livros são como as pessoas, temos a capa e o miolo. Há indivíduos exteriormente encantadores com um cérebro de fugir a sete pés. Há pessoas que “vestem mal de cara” e se revelam interessantíssimas. Há ainda os que são bonitos por fora e por dentro. Com os livros passa-se exactamente o mesmo.
Há capas excelentes que encerram narrativas banais e capas menos boas que contêm verdadeiras obras-primas da literatura, mas, como já aqui referi, deixo-me seduzir com facilidade por algumas capas. Por vezes, não compro o livro, compro a capa, particularmente, quando não conheço o autor, e seria, seguramente, o que aconteceria com O Livreiro, mas as minhas filhas anteciparam-se e ofereceram-mo.

A capa, sóbria, mostra uma enigmática figura de costas, tendo Paris e as margens do Sena como fundo, um livro aberto que pressagia um segredo e, a rematar, a suástica e as sugestivas frases “Um livro raro”, “Um sobrevivente do Holocausto” e “Uma história perfeita para todos os que gostam de livros”. Mark Pryor, o autor, é um estreante. Estariam reunidas as condições para eu comprar o livro, mesmo correndo o risco de estar a adquirir um fiasco, mas O Livreiro é um daqueles livros “double face”, bom por fora e por dentro. No entanto, errei ao pensar que seria mais um livro sobre o Holocausto, uma matéria já muito batida, mas que ainda continua sombriamente a despertar a minha atenção. Talvez por ter partido dessa ideia errada, senti um pequeno desapontamento quando me apercebi que Pryor abordou ao de leve o tema, servindo-se dele exclusivamente como contexto. Tirando a minha desilusão, fruto da minha interpretação errada, a leitura é muito agradável, espirituosa e descontraída, embora, no desenrolar da acção, aconteçam várias mortes.
Hugo Marston, chefe da segurança da embaixada americana em Paris, assiste impotente ao rapto do seu amigo Max Koche, um idoso vendedor de livros antigos nas margens do Sena, pouco depois de lhe ter comprado um livro raro. Marston inicia então uma investigação com a ajuda do seu amigo Tom, um agente da CIA, destinada a encontrar o livreiro. Nessa demanda, descobre que Max é um sobrevivente do Holocausto que mais tarde se converteu num caçador de nazis.
Tendo como cenário a Cidade Luz, confesso que o que mais me atraiu nestas 345 páginas não foram as personagens nem a teia em que estas se movem, mas sim a forma como o autor descreve e detalha o mundo dos livros usados e dos alfarrabistas (neste caso, os bouquinistes que têm as bancas nas margens do rio Sena) e os meandros de uma actividade que tanto me fascina. O meu agradecimento ao autor por me ter guiado pelo mundo dos alfarrabistas.

livreiro
Neste romance de ritmo acelerado e empolgante (que prenderá os leitores da primeira à última página), encontramos a história de um terrível segredo escondido durante décadas nas páginas de um livro há muito desaparecido.
Hugo Marston decide comprar um livro raro ao seu amigo Max, o idoso proprietário de uma banca de obras antigas. Poucos minutos depois, Max é raptado. Vivamente surpreendido com o ato, Marston, chefe de segurança da embaixada americana em Paris, nada consegue fazer para impedir o raptor. Marston inicia então uma investigação destinada a encontrar o livreiro, recrutando a ajuda do seu amigo Tom, um agente da CIA.
A busca de Hugo revela que Max é, afinal, um sobrevivente do Holocausto que mais tarde se converteu num caçador de nazis. Estará o rapto ligado ao sombrio passado de Max ou aos misteriosos livros raros que vendia?

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Gurus da vida

Então, bora lá sonhar!…
O fotógrafo Nick Olson e a designer de moda Lilah Horwitz formam um casal que levam os seus sonhos muito a sério. Eles deixaram seus empregos fixos para construir e morar em uma casa feita de janelas recicladas. Sua habitação envidraçada está situada nas belas montanhas de West Virginia (EUA) - no mesmo local onde sonharam construir uma casa para assistir ao pôr do sol em seu primeiro encontro.

(Com os devidos agradecimentos ao meu amigo JMC)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Postcrossing (45)

Irlanda

IE_Selos
IE-54970 enviado pela Claudia
Mais uma alemã que não vive na Alemanha. Começo a questionar as razões para não viverem no país natal… A Claudia vive a 45 Km de Dublin há mais de 15 anos (excluída, portanto, a hipótese de ter saído da Alemanha por causa da Angela Dorothea…).
O postal escolhido pela Claudia, que muito me agradou, tem alguns panoramas do Trinity College, incluindo a famosa Biblioteca onde se encontra o Livro de Kells, um dos mais sumptuosos manuscritos iluminados que restaram da Idade Média. Escrito em latim, o Livro de Kells contém os quatro Evangelhos do Novo Testamento, além de notas preliminares e explicativas, e numerosas ilustrações e iluminuras coloridas. Este manuscrito é considerado por muitos especialistas como um dos mais importantes vestígios da arte religiosa medieval.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Cartas de Amor…

A minha faz hoje 93 anos.
Abandonou, durante umas horas, o olhar triste que tem diariamente de há quatro anos para cá… O meu pai, nascido em 1913, comemoraria, também neste dia, 100 anos…
Aqui fica um registo das cartas de amor que trocaram durante o namoro, nos longínquos anos 30…

DSC05140

Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas.
As cartas de amor, se há amor, têm de ser ridículas.
Mas, afinal, só as criaturas
que nunca escreveram cartas de amor, é que são ridículas.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Let's look at the trailer (35)

The Following – 1ª Temporada

O FBI estima que existam actualmente mais de 300 serial killers activos nos Estados Unidos. O que aconteceria se esses assassinos tivessem uma maneira de comunicar e estabelecer uma ligação uns com os outros? E se eles fossem capazes de trabalhar em conjunto e formar alianças em todo o país? E se eles fossem seguidores de um brilhante serial killer?

Kevin Bacon e James Purefoy (Marco António, na série de televisão Rome), dois desempenhos que considero sem falhas.