segunda-feira, 25 de junho de 2012

Olhares sem Rosto…

Não faço parte da comunidade de fotografia online Olhares, mas como as minhas filhas estão registadas (pagando uma determinada quantia anual), visito com frequência esse site e delicio-me com os trabalhos criativos de alguns membros.
Tenho vindo a notar, sem necessidade de grande reflexão, ou seja, quase de olhos fechados, que esta colectividade é sectária, beneficiando com parcialidade alguns membros e prejudicando outros. Qualquer visitante assíduo se terá apercebido disso, salta aos olhos, vê-se a olho nu, sem auxílio de óculos!...
Quando, no início deste ano, publiquei, aqui, uma foto do meu gato e fiz referência ao facto de ter estado quase, quase, a entrar na Galeria Pública da comunidade Olhares, recebi um comentário de um dos membros que rezava textualmente assim: “
são cada vez menos as fotos que entram para as Galerias Públicas, em 4 anos publiquei 200 fotos apenas uma entrou, outra entrou, mas saiu logo, e ainda outro caso com outra foto onde tinha votos suficientes para que ela entrasse e durante as últimas horas de votação apareceram-me 7 votos negativos! É muito estranho o que anda a passar-se por aquele site!”
As minhas filhas também já me tinham alertado para algumas situações insólitas que se iam passando nesta comunidade, e, talvez por isso, trazia-a debaixo de olho, mas ia fechando os olhos, fingindo que não via, enquanto me iam deitando poeira para os olhos…
Tive a oportunidade de olhar com muita atenção para fotos que estão em Galeria Pública e, confesso, não consegui, nem consigo, descortinar o talento que deveria estar explícito em algumas dessas obras, já que esta galeria deveria ser o paradigma da excelência, o reconhecimento excelso da arte, o galardão da mestria. Lamentavelmente, do meu ponto de vista, assiste-se, a olhos vistos, a uma banalização da arte fotográfica. A minha perspicácia, no que diz respeito à Galeria Pública, não é suficiente para que eu não me sinta como boi a olhar para um palácio… Não dou apreço, nem atinjo, os critérios que estão na base de determinadas escolhas em detrimento de outras. Comecei a olhar de esguelha estes Olhares tendenciosos e controladores que intervêm em votações favoráveis, colocando votos negativos, impedindo, assim, que algumas fotografias com qualidade não atinjam a percentagem exigida de 85% para entrar em Galeria Pública. Estes Olhares manipuladores e arrogantes retiram e colocam fotografias em Galeria Pública a seu arbítrio, desprezando quem vota e sem a mais pequena consideração pelos membros pagantes.
Não sou puritana nem intolerante, e não tenho pruridos com o nu artístico quando as fotografias, apesar da minha pouca percepção fotográfica, conseguem transmitir-me qualquer tipo de sentimento. Sucede que são diversas as fotos que se encontram em G.P. que me parecem tiradas de catálogos rascas de lingerie erótica, para não dizer pior, muito pior… e outras que por lá se pavoneiam com 9 votos sem me convencerem que são registos dignos de registo. Claro que, a meu ver, tudo depende do ponto de vista, ou melhor, dos olhares… Chegamos ao ponto de haver galerias com fotos em GP só com dois (2…) votos! Inacreditável…
Este desrespeito por alguns membros ultrapassou o inaceitável quando, no final da semana passada, um dos membros, o senhor Lúcio Caldeira, colocou no Olhares este texto.

PERDI A PACIÊNCIA...
Enquanto o Diabo esfrega um olho, foi retirado pelo próprio site tendo sido lido somente por meia dúzia de pessoas, nas quais me incluo. Tive sorte e, num volver de olhos, li o texto que me deixou indignada. Quando tentei lá ir novamente, já os Olhares da censura por lá tinham passado. Fiquei siderada…
Pedi à minha filha para contactar o senhor, alvo do exame crítico dos poderosos Olhares, e ficámos a saber que a foto que deu origem à sua revolta, intitulada “Esperei por ti”, não entrou em Galeria Pública, em virtude da intervenção da Administração que, conforme a referida foto ia recebendo votos favoráveis, colocava votos negativos sem olhar para trás, para impedir que a mesma tivesse a tal percentagem exigida de 85%...
Corroboro este legítimo sentimento de indignação que só agora veio à tona e que é fruto de uma já longa e vergonhosa conduta. É mesmo caso para dizer “perdi a paciência” ou que se está farto até aos olhos…

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Meias finais

Será que estas meias são daquelas que acabam em finais felizes?

meias

domingo, 17 de junho de 2012

A minha onda (36)

Não me gozem… quem não conhece, oiça até ao fim…

sábado, 16 de junho de 2012

É bem feita, para não sermos burros…

Este texto é da autoria de Teolinda Gersão, escritora, Professora Catedrática aposentada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Escreveu-o depois de ajudar os netos a estudar Português. Segundo me informaram, colocou-o no Facebook (ainda aparecem por lá coisas interessantes…).

Tempo de exames no secundário,os meus netos pedem-me ajuda para estudar português. Divertimo-nos imenso, confesso. E eu acabei por escrever a redacção que eles gostariam de escrever. As palavras são minhas, mas as ideias são todas deles.
Aqui ficam, e espero que vocês também se divirtam. E depois de rirmos espero que nós, adultos, façamos alguma coisa para libertar as crianças disto.

Redacção – Declaração de Amor à Língua Portuguesa

Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia “ele está em casa”, ”em casa” era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.”O Quim está na retrete” : “na retrete” é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos “ela é bonita”. Bonita é uma característica dela, mas “na retrete” é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um “complemento oblíquo”. Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo “complemento oblíquo”, já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum,o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento,e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, ”algumas” é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos “O Zé não foi ao Porto”, era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos “A rapariga entrou em casa. Abriu a janela”, o sujeito de “abriu a janela” era ela,subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português,que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo,o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer. Dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em “ampa”, isso mesmo, claro).
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou : a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens,ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção - agora parece que se escreve redação.O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impôr a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito.

João Abelhudo, 8º ano, turma C (c de c…r…o, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Saudoso João Villaret

Reparem na letra…

Enviado pelo meu amigo JMC com o seguinte texto: de uma ovelha para outra…negra
Obrigada JM…

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Message in a bottle (70)

A história dos Quatro Porquinhos (por Isabel Stilwell no jornal Destak)

Já nem os contos tradicionais são o que eram. As modernices são tais que a história dos Três Porquinhos, acaba de passar a quatro, como aliás já profetizavam os arrogantes dos nórdicos que inventaram o termos PIGS, para falar dos países (Portugal, Ireland, Greece and Spain), que cantavam em lugar de trabalhar. E por este andar, tarda nada a fábula é sobre uma vara inteira...
Na nova história, continuam a existir porquinhos que cantam e dançam em lugar de construírem casas sólidas e à prova do FMI, porquinhos que até ao dia em que o lobo mau lhes bate à porta, cantam trocistas um «Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau...». O porquinho português negava até 48 horas antes que a casa fosse voar pelo ar, o porquinho grego ainda diz que tem casa quando dorme ao relento e o porquinho espanhol consegue o feito de continuar a jurar que o palacete não vai abaixo, mesmo quando as portas e as janelas saltaram das dobradiças e já só há meio telhado. É claro que estávamos já todos à espera que o porquinho da casinha do lado fizesse tudo para não pertencer ao mesmo bairro, exigindo ser tratado como proprietário de um condomínio de luxo. Ao contrário dos outros porquinhos, que lá vão reconhecendo que talvez pudessem ter investido mais no cimento da estrutura, o porquinho espanhol jura que a casa está de pé, falta-lhe é, momentaneamente, uns cem milhões de trocos para uma caiadela.
A moral desta história reinventada é que todos os meninos que querem ser políticos quando forem grandes devem brincar antes de fazer os TPC, mentir, mesmo quando são apanhados com a boca na botija, e acreditar que por muito fôlego que tenha o lobo mau, há-de haver sempre alguém disposto a passar o cheque para a reconstrução da urbanização.

domingo, 10 de junho de 2012

Gosto...e não se fala mais nisso! (29)

Cadeira

Não é novidade…

… mas vale a pena ver! É bom que se esclareçam as coisas, doa a quem doer…

sábado, 9 de junho de 2012

Deixei de pertencer ao “rebanho”

Pedi para eliminar permanentemente a conta do Facebook. A conta foi desactivada do site e será permanentemente eliminada dentro de alguns dias. Deixei de estar na moda, deixei de pertencer ao “rebanho”, deixei de existir… estou fora!
Quando me registei no fenómeno do Facebook, há mais de um ano, pensei ser uma forma de encontrar amigos de quem há muito tempo não sabia o paradeiro. No entanto, os meses foram passando e só lá ia esporadicamente, algumas vezes, confesso, quase por imposição… Apesar de ter encontrado algumas colegas da instrução primária e do liceu, nunca lhes enviei uma mensagem nem sequer lhes pedi amizade. Porquê? Apercebi-me que exibicionismo, voyeurismo e mexericos, decididamente, não fazem parte do meu mundo, que a minha vida não gira em torno do Facebook, que passo muito bem sem os “gostos”, os toques e os feedbacks imediatos, que a maioria das coisas que por lá se passam são simplesmente desnecessárias ou desinteressantes, que não quero que me desejem uma boa viagem para a Cochinchina, que não quero que comentem a minha viagem à Cochinchina, que não gosto que me dêem os parabéns através de uma rede social, que não quero estar na moda, que não me interessa mostrar que sou culta, que não quero pertencer à “gente gira, fresca e leve”, enfim, que não quero fazer parte da carneirada… Minutos antes de pedir a eliminação permanente da conta fiz três perguntas a mim própria: “Sendo o Facebook uma forma de encontrar velhos conhecidos, por que razão só eu ansiava pelo reencontro? Por que razões não me tentaram encontrar? Será que eu iria gostar de reencontrar essas pessoas que fizeram parte da minha infância e da minha adolescência? As respostas que dei a mim mesma foram esclarecedoras. Se for vontade do acaso encontrá-los-ei por aqui ou por aí, como já aconteceu. Os outros, os meus verdadeiros amigos, sabem onde moro e têm o meu número de telefone…
Deixei de pertencer ao “rebanho”, sou uma ovelha negra, mas sempre ouvi dizer que uma ovelha negra não estraga o rebanho.

ovelha negra
Deixei de pertencer ao “rebanho” e estou radiante!

(imagem doada, via e-mail, pelo meu amigo JMC)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

O segredo…

… é a alma do negócio!

Como não me considero uma pessoa importante, não sou indispensável, não publico nada de útil para a sociedade, nem tenho um magote de seguidores fiéis que sentem a minha falta assim que estou uns dias sem aparecer por aqui a dar um ar da minha graça, posso perfeitamente dar-me ao luxo de preguiçar, isto, para não falar da imaginação, que anda pela rua da amargura… Ou meti os pensamentos numa máquina trituradora e ficaram de tal forma moídos que não sai nada de jeito ou os neurónios ficaram “estacionados” demasiado tempo, excederam o prazo limite e foram bloqueados pelos zelosos funcionários da Emel…
Dizia o professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Lisboa, Mário Simões, num Simpósio que decorreu em Março deste ano, que 90 por cento dos nossos sonhos são uma grande central de tratamento do lixo do dia-a-dia, para no dia seguinte termos novas ideias. Talvez seja por este motivo que as minhas ideias estão numa confusão, desarrumadas e salgalhadas. Não sonho, o lixo acumula-se, a lixeira aumenta e não consigo ter ideias novas…
Aproveitando esta mixórdia de ideias e a lixeira mental, dediquei-me exclusivamente aos negócios que, ironicamente, correm de vento em popa. Comecei a vender livros, que deixam de me interessar e que não faço questão de manter nas prateleiras cá de casa, no site Leilões, e o dinheiro arrecadado vai dando para pagar despesas imprevistas e previstas, como o IMI…
Estou de tal maneira empenhada (ainda não me refiro a endividada…mas sim a dedicada…) que faço todas as diligências para que os compradores fiquem satisfeitos e, até hoje, só tenho tido feedbacks lisonjeiros… O segredo do meu negócio? Seriedade!

domingo, 3 de junho de 2012

Crime e castigo

Depois do crime, o castigo! E a foto da vergonha para a posteridade…

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