segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Eden Lake

Eden Lake. British Horror Film Festival 2008. Não se trata de um filme para gostar, trata-se apenas de um filme perturbador. Michael Fassbender, aqui num dos papéis principais. Recordam-se da personagem Lieutenant Archibald Hicox, um oficial do exército britânico, em “Sacanas sem Lei”?
Um casal num fim-de-semana romântico é atormentado por um grupo de adolescentes conduzido por um ameaçador e inquietante bully boy que obriga os companheiros a fazer toda uma série de barbaridades. A falta parental no que toca à transmissão de valores morais. Isto conduz à indisciplina, à rebeldia, à inexistência de respeito pelo próximo e a comportamentos aberrantes em sociedade. Os exemplos vêm sempre de cima e não é possível formar cidadãos com princípios morais se a própria família tem uma postura agressiva, delinquente e anti-social. A pressão psicológica levada ao extremo. Neste filme, as brincadeiras estúpidas transformam-se rapidamente numa escalada de violência, mas o verdadeiro terror, aquilo que de facto me assustou e me deixou muito desconfortável foi pensar que isto poderia ser uma situação real na sociedade actual. Adolescentes problemáticos que fazem de Dexter, o meu venerado serial killer, um autêntico escuteiro… Os minutos finais são angustiantes.

Portugueses em 2012

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Coincidências...

Pitágoras terá afirmado que o número 7 é sagrado, perfeito e poderoso. Será de facto um número mágico e cabalístico? Não faço a mais pálida ideia, mas sou uma entusiasta, para não dizer fanática, deste número. Provavelmente, porque nasci num dia 7 e não satisfeita com isso, a minha data de nascimento é uma capicua… Lindo! Por vezes, sinto-me um autêntico “monstro” sagrado, só falta ser perfeita e poderosa…
A verdade é que o número sete tem uma enorme preponderância neste mundo e as curiosidades sobre ele já foram sobejamente faladas, mas não resisto a fazer uma lista (pouco exaustiva…), totalmente anárquica, sobre este número místico e enigmático.
Ora vejamos: 7 são as Maravilhas do Mundo Antigo (e Moderno…), 7 são as Artes, 7 são as notas musicais, 7 são as cores do arco-íris, 7 são os pecados capitais, 7 são as virtudes, 7 são os Sacramentos e 7 as Obras de Misericórdia, 7 as trombetas, os anjos e as taças da ira de Deus no Apocalipse, 7 foram as pragas do Egipto e 7 os Sábios da Grécia, 7 são os dias da semana, 7 são os mares, 7 são os algarismos romanos, 7 são os anões, and so on…
A influência do número sete não fica por aqui. Temos ainda os 7 palmos de terra, as 7 colinas de Lisboa comparadas às 7 colinas de Roma e de Jerusalém, a lagoa das 7 cidades, as 7 saias da mulher nazarena e as 7 vidas dos gatos. E “7 noivas para 7 irmãos”. Porquê 7 e não 5 ou 8?
Surgem ainda expressões interessantes provenientes da imaginação popular. Todos nós já as utilizámos: falar com 7 pedras na mão, fechar a 7 chaves, estar com 7 olhos, estar nas suas 7 quintas, fugir a 7 pés, o homem dos 7 ofícios, tocar 7 instrumentos, um bicho de 7 cabeças ou são 7 cães a um osso.
Até Luís de Camões se serviu do número 7 no seu soneto “Sete anos de pastor Jacob servia…”
Termino com a melhor referência ao número sete. Depois dos seis dias da Criação do Mundo, Deus abençoou o sétimo dia e descansou… Se Deus é omnipotente por que razão não fez o Mundo em dois dias e descansou no terceiro? Simples! Andou a engonhar propositadamente para descansar ao sétimo porque o número 7 é “divinal”!...

Memórias e Afectos (73)

O meu avô paterno dizia que de tudo fazia dinheiro, bastava dar um pontapé numa pedra para ter uma ideia e fazer negócio... Aqui está uma prova disso. Quem diria... representante exclusivo da marca!... E com distribuição ao domicílio!...

Fonte da Reboleira!?... Parece-me bem, e se deu dinheiro... quem sou eu para contestar? Lamentavelmente, no que diz respeito a pontapés nas pedras, não saí ao meu avô clarividente...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Puzzle

A vida assemelha-se muito a um puzzle, qualquer puzzle. A minha, para não fugir à regra, também. Determinamos um caminho e quando nos parece que tudo está perfeitamente encaixado, começam a faltar-nos peças. Assim como um puzzle deixa de estar completo, a vida fica mutilada, já não é uma cena perfeita porque começamos a perder peças de uma grande multiplicidade de formas e cores que fazem parte de um todo.
Perdi uma peça importante quando tinha dez anos e outras se foram seguindo até que perdi, faz hoje onze meses, uma peça-chave, um Sol que deixou de iluminar a paisagem “puzzle” da minha existência… Perdi o meu pai, a minha peça-chave, num dia chuvoso e triste…

domingo, 21 de novembro de 2010

Inception

Como é que eu posso ter a certeza de que, neste preciso momento, não estou a sonhar?...
Cinematograficamente (se é que esta palavra existe…), nem sempre a minha filha A e eu estamos de acordo. Inception (em português “A Origem”) veio confirmar a minha afirmação anterior. Enquanto a minha filha achou o filme brilhante, eu, que não passo de uma cinéfila de trazer por casa, não amei…

Inception, considerado um grande filme de 2010. Inception, um mundo de sonhos dentro de sonhos, descobrir segredos entrando no subconsciente das pessoas enquanto dormem. Creio que toda a gente adorou o filme e eu sinto-me como uma ovelha negra num rebanho de ovelhas brancas, já para não dizer que me sinto um bocado obtusa… A forma de me penitenciar por esta minha “falta de gosto” e por esta falha que me parece gravosa é admitir, sem contestar, que Christopher Nolan é um grande realizador, com uma imaginação colossal e um prestidigitador da 7ª Arte que só faz obras-primas. Ficamos por aqui, senão vejo-me na obrigação de confessar que as minhas capacidades cognitivas são alarmantes e que tenho um atraso mental grave…
Será que se eu disser que os efeitos visuais e sonoros são irrepreensíveis, o meu atraso mental passa de grave a moderado?... Claro que posso sempre argumentar que não prestei muita atenção ao filme e que estava a pensar no bifinho do Café Império...
Como é que eu posso ter a certeza de que, neste preciso momento, não estou a sonhar?
Se o “post” aqui estiver amanhã, certo?... Rezem por mim, please

Imagens da Warner Bros.

Sábado mágico

Cinema Monumental. Sala 1. Não houve controlo de bilhetes à entrada. Som péssimo... Se não fosse a pressa, merecia uma reclamação...

A adaptação do último livro da saga, "Harry Potter e os Talismãs da Morte", foi dividida em duas partes no cinema. Nesta primeira parte podemos ver Harry, Rony e Hermione tentando encontrar os Horcruxes, objectos onde Voldemort guardou a alma depois de dividida. O objectivo é destruí-los e derrotar o Senhor das Trevas que está cada vez mais poderoso.

Em relação aos filmes anteriores, "Harry Potter e os Talismãs da Morte" é muito mais sombrio e falta-lhe o encanto de Hogwarts , mas as 2 horas e vinte minutos de filme passam a um ritmo alucinante e quando acaba deixa-nos com vontade de ver a segunda parte, mas essa só chegará em 2011. Espero que o final seja grandioso.

Imagens gentilmente cedidas pela NET e gentilmente roubadas por mim...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Vossa Excelência chamou…? (4)

"Vossa Excelência Chamou", Livros Horizonte, Lisboa, 2.ª ed. 2008
Autor e Ilustrações: Júlio Borja

Tudo o que possa ter interesse saber-se sobre aquisição, manutenção, reparação, calibragem, upgrade e tuning de gatos domésticos.

Como escolher um nome para o gato

[…] Tudo depende do estilo do dono, tendo em conta que o gato nem nunca vai chegar a saber que tem nome, quanto mais dar-se ao trabalho de emitir opinião sobre ele. Além disso, mesmo que um gato invulgarmente perspicaz chegasse algum dia a perceber que tinha nome, continuaria a borrifar-se para ele, uma vez que o mesmo não lhe serviria para nada. […] Claro que continua a haver quem defenda que o gato – sendo um animal inflexivelmente independente e com um feitiozinho de sogra – sabe sempre muito bem quando estão a chamá-lo; não quer é dar confiança ao dono e por isso se faz de desentendido;
[…] do ponto de vista de qualquer gato à face da Terra, quer ele próprio quer todos os outros gatos que existem no mundo, se chamam “Miau”. E daqui não arredam pé, faça chuva ou faça sol. […]
[…] tenha presente que nisto de nomes para gatos há quatro grandes grupos a considerar, tal como – imagine! – em relação a nomes de jogadores de futebol brasileiros. Palavra! Não sabemos ao certo quem copiou quem, mas não pode ser só coincidência o facto de 95% de todos os gatos e 95% de todos os jogadores de futebol brasucas terem nomes que pertencem inapelavelmente a um de quatro – não são três, nem cinco: são exactamente quatro grandes grupos predefinidos a saber:

Jogadores de futebol: Grupo 1 – Diminutivos (Ronaldinho, Juninho, Robinho…); Grupo 2 – Aumentativos (Luisão, Carlão); Grupo 3 – Nomes acabados em “-son” (Edmilson, Anderson, Gerson); Grupo 4 – Nomes de chimpanzé de circo ou dos filmes do Tarzan (Kafu, Dunga, Cajú, Mossoró, Kaká…)

Agora repare:

Gatos:
Grupo 1 – Nomes-tipo para gatos-pedigree, com donos(as) de classe média a alta (sobretudo novos-ricos em início de carreira) que lêem a imprensa cor-de-rosa, enviam fotos do bichano para tudo o que é revista de animais e sonham ter um dia um mordomo pedantolas chamado Jarbas ou Gervásio (mínimo 4 palavras). Exemplos:
- Mimi Anastácia de Pompadour III
- Don Juan del Banderas y Segóvia Olé
- My Elvis Van Rockefeller Jr
- Bibucha Lafayette de Capa e Espada
Este tipo de nome segue, curiosamente a lógica estrutural de base da maioria dos nomes de “tias” da fina-flor do nosso entulho nacional, ou sejam, apelidos brasonados precedidos de ridículos nomes de cão de companhia – no estilo “Bibuxa Sá Pessanha”, “Titó Brito e Mello” ou “Pipinha Santana Cabral”. (Não há pachorra…) […]
[…] Grupo 2 – Nomes para gatos com donos reformados e/ou castiços e/ou imaginativamente desfavorecidos (sempre uma só palavra). Exemplos:
- Tareco (um clássico secular, lusitano até à medula, para gato marialva de uma casa portuguesa, com certeza); Bolinhas; Farrusco; Pom-Pom; Mimi; Félix; Pantufas.
Grupo 3 – Nomes para gatos com donos cool e low profile, no espectro que vai da jovem intelectual urbano-depressiva modernaça ao engatatão de Av. de Roma em fim de carreira, que prefeririam passar férias na Faixa de Gaza ou a lua-de-mel num campo de refugiados no Sudão a terem de ter em casa um bichano chamado Tareco… ou Pom-Pom… ou Mimi Anastácia… Exemplos: Escolápio; Ramsés; Óscar; Zeus; Grischka; Fidel; Ganimedes; Gastão; Barrabás; Galileu.
Grupo 4 – Nomes alternativos para situações pontuais. Todos os humanos que têm gatos em casa guardam carinhosamente um reportório ad hoc de formas de tratamento alternativo para aqueles momentos inesquecíveis de convívio em que a emoção ultrapassa a razão. Nesta linha, eis alguns dos nomes mais populares nos lares portugueses:
- “Ahmeugandafilhodamãequeseutedeitoamão!” (Para gato apanhado a javardar a terra das orquídeas da dona para fora do vaso, depois de lá ter acabado de fazer o chichizinho da praxe).
- “Outravezóquegaitapá…” (Para gato acabado de pisar pela terceira vez na cozinha, durante os preparativos para o jantar).
- “Pchhhhhhhhhhtsaijádaí!!!” (Para gato apanhado a começar a fazer a folha às sardinhas assadas e temperadas em cima do balcão da cozinha, 43 segundos antes do início do almoço).

Ora, tente lá num minuto lembrar-se de um nome de gato ou de jogador de futebol brasileiro seus conhecidos que não caia numa destas quatro categorias. Quase impossível, não é?! Parece bruxedo… [...]

Cimeira da Nato

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Conciso e com siso...

A fuga das galinhas (por Joana Amaral Dias)

Um gestor vale mais do que quem salva vidas e cria (vários tipos) de riqueza como um médico ou um cientista? Qual é o dom especial que possuem para que ganhem muito mais que todos os outros? Não se sabe. Mas essa ignorância não altera os rendimentos. Mesmo que os resultados empresariais derivem de uma extensa cadeia. Mesmo que todas as empresas devam ter um papel social. Pois é. Os nossos trabalhadores são dos mais mal pagos da Europa, mas os gestores são dos mais bem pagos. Um gestor alemão recebe dez vezes mais que o trabalhador com o salário mais baixo na sua empresa. O britânico 14. O português 32. Mas, segundo um estudo da Mckinsey, Portugal tem dos piores gestores. Logo, quando se fala em reduzir direitos e salários, a quem nos devemos referir? Lógico? Não. Dizem que os bons gestores escasseiam e é necessário recompensá-los. Senão, fogem do país. Ok. Então, é simples. Se são assim tão poucos, ide. Não serão significativos na crescente percentagem de fuga dos cérebros que estavam desempregados/explorados. Depois, contratem-se gestores alemães ou ingleses. Por lá, não rareia tanto a qualidade. Estão habituados a discutir não só ordenados mínimos como ordenados máximos. E sempre são mais baratinhos.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dia Nacional do Mar

Neste dia, o Balada não podia ficar indiferente...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Raça ariana

A hegemonia política e económica da Alemanha.

Desejos e caprichos

Por mais estranho que pareça, quando estava no bloco operatório apetecia-me um bife do Café Império, o melhor bife de Lisboa, muito à frente da Portugália e da Trindade. Depois do almoço no Peter, só me lembro do gin tónico...
Assim que estiver operacional tenho que satisfazer estes dois desejos porque senão arrisco-me a entrar em delírio...

domingo, 14 de novembro de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (34)

Gostei particularmente do talento narrativo da autora. Mari Pau Domínguez criou uma história de ficção baseada em factos e lendas, no reinado de Felipe II de Espanha, que também foi rei de Portugal após a morte do Cardeal D. Henrique, sucessor de D. Sebastião. Esta leitura histórica, sobre um dos soberanos mais poderosos da época, centra-se nas infidelidades do rei, entre a morte de Isabel de Valois, sua terceira esposa, e a morte da sua sobrinha Ana de Áustria, sua quarta esposa. Felipe II vivia atormentado por não conseguir resistir a um dos maiores pecados mortais, a luxúria. As alucinações, assim como o castigo de Deus e as imagens do Inferno soavam nos seus pensamentos, dominando-o e não o deixando ter paz de espírito.
No hay casa más misteriosa en Madrid que la llamada Casa de las Siete Chimeneas (hoy, sede del Ministerio de Cultura). A casa das sete chaminés, situada na Plaza del Rey, é um dos poucos exemplos de arquitectura civil do século XVI que permanece de pé em Madrid. Foi projectada e construída entre 1574 e 1577, pelo arquitecto Antonio Sillero para Pedro de Ledesma. Dizem que, na verdade, a casa não teria sido construída para Ledesma, mas para o rei Felipe II. Segundo consta ele teria comprado uma parte das terras do Convento del Carmen, para dar à sua filha como presente de casamento, após a construção da casa. Há outras versões. Uma delas afirma que a casa serviu para manter reclusa uma filha ilegítima do rei Felipe II e outra que uma das amantes do rei viveria aqui e que ele frequentava a casa escondido pelas sombras da noite. Em volta das sete chaminés surgiram inúmeras lendas, existindo uma que afirma que cada chaminé representaria um pecado capital.

Madrid, 1568. A morte de Isabel de Valois leva o rei Felipe II a aceitar desposar a sobrinha, Ana de Áustria, com o objectivo de garantir ao reino um filho varão. Porém, sinceramente abalado pela morte da rainha, Felipe não encontra consolo nos braços da nova esposa mas sim nos da jovem aia das suas filhas, Elena Méndez. Na sua condição de soberano da monarquia mais poderosa do seu tempo, Felipe sabe que qualquer passo em falso pode ter consequências imprevisíveis, mas, dividido entre o desejo e a culpa, toma uma decisão que acabará por se revelar trágica e por mudar para sempre todos os envolvidos…

sábado, 13 de novembro de 2010

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Escapadinha

Depois de ir à Clínica fazer o segundo penso ao joelhito, a minha prima F. desencaminhou-me para um almoço no Peter no porto de recreio de Oeiras.

Na baixa médica diz que eu posso sair de casa entre as 11 e as 15 horas. Tal como na história da Gata Borralheira, também eu deveria entrar em casa ao bater das 15. Foi por pouco que não me transformei em abóbora...
Pedimos uma entrada de queijo da Ilha, azeitonas e cascas de batata assadas com molho de manga e uma salada de Mozzarella fresca, alface, rúcula, manga, kiwi, passas, nozes e ananás. Divinal!...

Tive pena de não me ter deliciado com o melhor gin do Atlântico, famoso em todo o mundo, mas estava quase em jejum e não me pareceu uma boa ideia.
Uma escapadinha muito agradável para quem está fechado em casa há uns dias...

Memórias e Afectos (71)

Este Memórias e Afectos é uma "resposta" à Valeriana. Qual inspector Poirot, qual Miss Marple, qual Tommy and Tuppence, qual Tara King e John Steed, qual Dempsey e Makepeace... A grande série de eleição dos anos 60 tinha o temível Maxweel Smart e a irresistível 99 como protagonistas!... Espionagem ao mais alto nível!...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Calçada Portuguesa

A calçada portuguesa, tal como o nome sugere, é típica de Portugal e muito utilizada no calcetamento urbano. As pedras utilizadas são irregulares, de basalto e calcário, podendo ou não formar padrões decorativos, tradicionalmente a preto e branco.

Sem dúvida que a calçada portuguesa é bonita e possui a vantagem de permitir que a água das chuvas se infiltre no solo, mas ficamos por aqui no que diz respeito aos aspectos positivos deste tipo de pavimento. Como não há bela sem senão, a calçadinha portuguesa torna-se numa verdadeira armadilha para os idosos e para quem tem que se deslocar de canadianas, principalmente quando o piso está molhado. Compreendo que a calçada portuguesa é única, nos diferencia dos outros países e é uma tradição antiga, mas, do meu ponto de vista, parece-me que a segurança dos cidadãos deveria ser essencial e sobrepor-se à beleza e aos costumes. Os passeios, devido à falta de conservação, apresentam-se, na sua maioria, desnivelados e esburacados, formando-se imensas poças de água quando chove. As pedras gastam-se com facilidade e muitas delas encontram-se já muito polidas, tornando-se perigosas particularmente quando o piso está molhado. Basta um passo em falso e é queda certa. Basta apoiar mal as canadianas e vump! Estamos estatelados no chão!... Só quem nunca teve que se movimentar de canadianas neste piso, poderá colocar a estética à frente da comodidade e da segurança. Experimentem andar ao pé-coxinho com duas canadianas em piso escorregadio! Até faz chorar as pedras da calçada! Lamentavelmente, escrevo com conhecimentos profundos de causa, pois fui obrigada, há uns anos, a contornar algumas dificuldades em consequência do maravilhoso calcetamento nacional…
Existem vários tipos de pavimento de fácil assentamento e manutenção, resistentes, permeáveis e antiderrapantes, que poderiam substituir harmoniosamente as nossas brancas pedras dos passeios.

Como já devem ter imaginado, não sou uma defensora fervorosa da calçada portuguesa. A mim não me faz falta nenhuma, embora, com alguma benevolência, lhe dê a oportunidade de ser preservada nas zonas mais conhecidas e turísticas.

Nascido para matar...

Contrariamente ao que poderá parecer, não venho dissertar sobre o filme de guerra Full Metal Jacket dirigido por Stanley Kubrick. Venho dar a mão à palmatória e confessar que, embora a minha filha A. venha, já há muito tempo, a tentar convencer-me a ver a série americana Dexter, só agora comecei a fazê-lo e bastaram os cinco primeiros episódios para me viciar...
A todos os seguidores, fanáticos e adoradores da série, peço desculpa pela minha inicial e persistente incredulidade. A partir de agora é sempre a abrir!...

Também não vou alongar-me com explicações sobre quem é o Dexter, os seus relacionamentos, o seu comportamento ou os seus transtornos de personalidade. Faço apenas um apelo: Vejam!... A primeira temporada foi largamente baseada no livro Darkly Dreaming Dexter de Jeff Lindsay, o primeiro de uma série de romances dedicados a Dexter. As temporadas seguintes apresentam uma evolução distinta das obras de Lindsay.
Dexter conta, a partir de agora, com mais uma admiradora compulsiva!...

É para rir?...

sábado, 6 de novembro de 2010

Vir'ó disco e toc'ó mesmo...

... até ao Natal a bater na mesma tecla!...

Não foge à regra dos anúncios de supermercados e hipermercados, irritantes, sem graça e com uma enorme falta de gosto...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Livros e Mar: eis o meu elemento! (33)

“Marina”, já publicado em 1999 em Espanha, demorou muito a chegar a Portugal e não consigo compreender a razão de tal demora, tendo em conta que se publicam imensos livros sensaborões e outros tantos de “famosos” sem talento. Infelizmente, ocorre-me pensar que esses livros têm leitores e as editoras sabem que podem ganhar com isso…
Ao contrário de “A Sombra do Vento” e de “O Jogo do Anjo”, “Marina” tem muito menos páginas, mas para Zafón é a sua obra preferida. “Por qualquer estranha razão, sentimo-nos mais próximos de algumas das nossas criaturas sem sabermos explicar muito bem o porquê. De entre todos os livros que publiquei desde que comecei neste estranho ofício de romancista, lá por 1992, "Marina" é um dos meus favoritos.”
Carlos Ruiz Zafón desenvolve, com uma enorme mestria literária, um autêntico romance de terror e loucura, onde não faltam os cenários sombrios e as personagens sinistras. “Marina” faz lembrar, em alguns momentos, os clássicos “Frankenstein” de Mary Shelley ou “O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde” de Robert Louis Stevenson.
Mais uma vez, Barcelona! Mais uma vez, uma Barcelona gótica. Mais uma vez, uma Barcelona de enigmas e intrigas. Mais uma vez, uma história de amor trágica. Mais uma vez, Zafón surpreendente!...
“Em Maio de 1980 desapareci do mundo durante uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro.” Na Barcelona de 1980, Óscar Drai sonha acordado, deslumbrado pelos palacetes modernistas próximos do internato onde estuda. Numa das suas escapadelas nocturnas conhece Marina, uma rapariga audaz e misteriosa que irá viver com Óscar a aventura de penetrar num enigma doloroso do passado da cidade e de um segredo de família obscuro. Uma misteriosa personagem do pós-guerra propôs a si mesmo o maior desafio imaginável, mas a sua ambição arrastou-o por veredas sinistras cujas consequências alguém deve pagar ainda hoje.

Awake

Awake, em português “Acordado”, é um pequeno filme baseado num fenómeno médico muito invulgar conhecido cientificamente como “despertar intra-operatório”. Durante uma cirurgia de transplante cardíaco, o paciente, apesar de anestesiado, mantém-se consciente. Paralisado e horrorizado é incapaz de avisar a equipa médica do que se passa. Segundo o filme, dos 21 bilhões de pessoas que recebem anestesia geral por ano, 30 mil podem ter despertar intra-operatório. Claro que este fenómeno é cada vez mais raro, mas só de pensar nessa possibilidade torna-se assustador.
Vi este filme há uns meses e assim que soube que ia ser submetida a uma cirurgia lembrei-me imediatamente do fenómeno, mas nunca me passou pela cabeça poder vir a fazer parte dos azarentos 30 mil que, eventualmente, poderão passar por essa experiência. Se tivesse recebido uma anestesia geral acredito que teria uma perda total da consciência e esta minha certeza baseia-se na teoria das probabilidades. Se não me sai o Euromilhões, então também não seria contemplada com um despertar intra-operatório…

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Foi ontem, foi ontem!...

Convenceram-me! Epidural... Estou sem dores de cabeça. Segui à risca as instruções e sinto-me lindamente!... Já passou! Agora, tenho pela frente a recuperação.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

É hoje, é hoje...

... que eu vou passar fome!... A partir das 9.00 horas deixei de poder comer. Cirurgia só às 18.00 horas!... Ainda não sei se epidural se anestesia geral... Preferia a segunda hipótese. Fico pedrada e mais desmemoriada, mas paciência!... Até amanhã!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mundo incompleto...

“E o mundo não tem metade
porque nunca está inteiro[…].
O mundo nunca está completo:
faltam pessoas que nos morreram.”

(Gonçalo M. Tavares – Uma Viagem à Índia)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010