sábado, 17 de outubro de 2009

Tornar (volver) a Barcelona (3)

Barcelona
11 de Setembro -3ª e última parte

Não foi fácil escrever esta terceira e última parte, referente ao primeiro dia. Com o meu pai acamado, temos que dar apoio à minha mãe e o tempo é indomável…
Enquanto escrevi este texto, o meu pai foi, novamente, hospitalizado, mas já regressou a casa…

Destino: Barri Gòtic. 16.00 Horas.
A verdade é que o nosso primeiríssimo objectivo, na Cidade Velha, era a Basílica de Santa Maria del Mar, no Barri de La Ribera/Born mas, por força das circunstâncias, que é como quem diz, da leitura errada do mapa, ao sairmos da estação de metro Jaume I, na Plaça de L’Angel, entrámos na Carrer de La Tapineria, no Bairro Gótico…em vez de seguirmos pela Via Laietana…
Acontece aos melhores, nunca fizemos provas de Orientação…
Dizem que o Barri Gòtic, a zona mais antiga, é o coração de Barcelona. Não concordo. Depois do que vi, parece-me que Barcelona é um enorme coração palpitante e hiperactivo…
A fundação de Barcelona é assunto de duas lendas diferentes. A primeira atribui a Hércules a fundação da cidade, 400 anos antes da fundação de Roma. A segunda lenda atribui a fundação da cidade ao cartaginês Hamilcar Barca, pai de Hannibal, que lhe dá o nome.
Barcelona teria sido fundada pelos romanos, sendo convertida numa fortificação militar chamada Julia Augusta Faventia Paterna Barcino. As muralhas foram construídas por ordem do Imperador Cláudio e já no início do século III a população de Barcino estava estimada entre 4.000 e 8.000 habitantes.
Seguimos, então, pela Carrer de La Tapineria que contorna a Plaça de Ramon Berenguer el Gran, fotografando as linhas duras duma grandiosa secção que ainda resta da antiga muralha romana e das torres de defesa.
História e cultura, passado e presente em perfeita harmonia…

Os edifícios que se conservam sobre esta secção da muralha correspondem à Capella Reial de Santa Àgata e ao Palau Reial Major, residência dos condes de Barcelona que eram também reis de Aragão. O complexo do Palácio Real inclui, para além da Capela, o Saló gótico de Tinell, onde os reis católicos, Isabel e Fernando, receberam Colombo (em catalão Colom) depois do seu regresso da América, e o Palau del Lloctinent, usado para albergar os arquivos da Coroa de Aragão. Foi igualmente no Palau Reial Major que se instalou a Inquisição, acreditando que as paredes se moveriam se fossem proferidas mentiras…


A Capella Reial de Santa Ágata, com a sua torre octogonal, em parte formada por uma torre de vigia romana, começou a ser edificada em 1302, no reinado de Jaume II (o Justo), Rei de Aragão e Valência e Conde de Barcelona. Continuando pela Carrer de La Tapineria, virámos à esquerda numa pequena via que nos conduziu à Carrer dels Comtes de Barcelona, uma rua lateral à catedral gótica de Barcelona.
Tivemos, aqui, oportunidade de ver uma das 5 portas da Catedral de Barcelona, o Portal ou Porta de Santo Iu, que, para além de ser a mais antiga, foi o acesso principal da catedral durante 500 anos.

Feita em mármore e pedra da montanha de Montjuic, é uma das primeiras tentativas de arco ogival do gótico catalão e contém alguns elementos bastante originais. No tímpano (é um espaço geralmente triangular ou em arco, liso ou decorado com esculturas, que assenta sobre o portal de uma igreja) há uma imagem de Santa Eulália. De cada lado do portal há relevos representando vários temas.

Como a maioria das catedrais góticas, também a de Barcelona tem gárgulas, por onde se escoa a água da chuva dos telhados. As gárgulas mais antigas da catedral localizam-se junto à porta de Santo Iu e devem de ser do início do século XIV.

Ainda nesta rua (Carrer dels Comtes de Barcelona), onde os edifícios quase se tocam no topo, entrámos e transpusemos o pátio do Palau del Lloctinent, saindo na Plaça del Rei, tendo à nossa esquerda a escadaria que conduz à entrada da Capella Reial de Santa Ágata e à direita, o Museu d’Història de la Ciutat.


Este museu ocupa a casa Clariana-Padellàs, edifício gótico que foi para aqui transportado em 1931, pedra por pedra. Durante as escavações do seu novo local, foram encontrados vários vestígios romanos, entre sistemas de águas e esgotos, banhos, pavimentos e até uma estrada, e que hoje podem ser vistos na cave do museu.
História e cultura, passado e presente em perfeita sintonia…
Seguimos pela Via Laietana, agora sim, em direcção à Basílica de Santa Maria del Mar.
A curiosidade que me prendia a este templo foi originada pela leitura do livro, de Idelfonso Falcones, “A Catedral do Mar”, que narra a história surpreendente do protagonista, tendo como pano de fundo a construção – pelo povo e para o povo – da Igreja de Santa Maria do Mar, na conturbada época medieval.

Foi construída em 55 anos com dinheiro dos comerciantes e construtores de navios e essa rapidez, pouco comum na Idade Média, conferiu-lhe um estilo uniforme tanto exterior como interior. Teve como mestres-de-obras, Berenguer de Montagut, desenhador principal do edifício, e Ramón Despuig. Conhecidos como bastaix (ou bastaixos), os estivadores barceloneses que transportavam as mercadorias do porto até aos armazéns e vice-versa, foram os mesmos que carregaram às costas as pedras para a construção da catedral do povo. Na porta principal da catedral encontra-se uma homenagem a estes homens fantásticos que ajudaram na construção. Adorei a roseta do século XV e os vitrais que iluminam a nave.

Li que a igreja tinha uma acústica perfeita e, curiosamente, assim que entrámos, tivemos o privilégio de ouvir uma música renascentista tocada pelo organista. Seria um lugar maravilhoso para apreciar, com algum misticismo, aquela sonoridade, que tem, na minha opinião, uma afinidade com o estilo gótico e com a luz dos vitrais, se não fosse o calor que se fazia sentir…Juro! Não conseguimos compreender a razão de tal “fenómeno”, visto que as igrejas são sempre recintos frescos. Talvez fosse o ardor do sangue latino…ou a fé que deu força aos bastaixos para carregar gratuitamente as pedras desde a pedreira real de Montjuic…

A esplanada, do bar La Vinya del Senyor, que se encontra na praça da catedral “convidou-nos” a sentar. Desejava ficar ali a meditar, a contemplar, a tentar diferenciar os turistas calejados dos inexperientes, a ouvir o artista de rua, enquanto saboreava uma taça de vinho celestial da “Vinya del Senyor”… mas o tempo era curto e havia tanto ainda para ver…

Deixámos para trás a catedral do povo, o passado e presente em perfeita harmonia, e embrenhámo-nos novamente pelas vielas da Cidade Velha, sempre movimentadas. Os contrastes são perturbadores e incríveis, pois tão depressa nos sentimos a viajar no tempo, andando alguns séculos para trás, como nos encontramos em pleno século XXI a saborear um delicioso sumo de melão e banana ou de kiwi e manga, acabados de fazer…
E as lojas de bugigangas e marroquinaria com manequins sorridentes? Um miminho…
Passado e presente em sintonia perfeita…

Os nossos passos levaram-nos à Carrer del Bisbe que, tal como a Carrer dels Comtes, é também uma lateral à Catedral de Barcelona. É verdade que já tínhamos estado junto à catedral, mas como o Z.C. precisava voltar ao congresso, pois estava em Barcelona em trabalho e queria visitar a célebre Catedral do Mar, de que eu tanto falava, decidimos ir lá primeiro e depois voltar à Catedral de la Santa Cruz e Santa Eulália, vulgarmente conhecida por Catedral de Barcelona.
Na Carrer del Bisbe passámos pela famosa e belíssima passarela neogótica e, num abrir e fechar de olhos, a parte mais antiga da cidade dá lugar à Plaça Nova, através de duas torres semicirculares da muralha, que emolduravam uma das principais portas da cidade romana que dava para a rua Decumanus Maximus, hoje (avui) Carrer del Bisbe...

À esquerda ainda pode ver-se parte de uma arcada de um aqueduto e, à frente, as letras de bronze, de Joan Brossa, formando a palavra Barcino. Também é na Plaça Nova que se encontra o Col Legi d'Arquitectes de Catalunya (tirámos foto sem saber que edifício era…).
História e cultura, passado e presente em perfeita harmonia…

A Catedral, também chamada Seo ou Seu em língua catalã, estava em obras (quando lá estive, no início da década de 70, também…) e podia ler-se Ajuda'ns a restaurar la nostre façana. Patrocina una pedra.
A construção desta catedral gótica e do claustro foi iniciada em 1298, sobre as fundações de um templo romano e de uma mesquita moura mas a fachada principal só foi completada em 1889. O interior tem uma única nave com 28 capelas laterais e na cripta, por baixo do altar-mor, está o sarcófago de alabastro de Santa Eulália, martirizada pelos romanos no século IV.

Não consigo arranjar uma explicação racional para a minha falta de empatia com esta igreja. Apesar de reconhecer a sua beleza exterior e interior, não houve nenhum click, não houve nada que me tenha feito vibrar, que me tenha emocionado, que me tenha perturbado, enfim, qualquer coisa, boa ou má, que não me tivesse deixado indiferente…
Foi com este meu desinteresse que deixámos um dos pontos mais visitados da cidade e, partindo da Plaça Nova, seguimos pela Carrer de La Palla até à Plaça del Pi, onde se encontra a Igreja de Santa Maria del Pi ou del Pino.

O nosso passeio pedestre continuou pela Carrer del Cardenal Casañas e como um afluente, “desaguámos” na Plaça de La Boqueria, em Las Ramblas, encontrando um “caudal” de gente… Esta praça fica entre La Rambla dels Caputxins e La Rambla de Sant Josep.
Nesta atmosfera cosmopolita, descontraída e alegre, abri o guia de Barcelona e revelei o meu desejo em ver, embora não fossem pontos de interesse obrigatórios, o pavimento com um mosaico de Miró e um dragão art déco desenhado para uma antiga loja de guarda-chuvas. Como por magia e fruto de pozinhos de perlimpimpim, o mosaico e o dragão estavam ali, à minha frente…assim, sem ter que dar um passo, a “gesticularem” para eu os ver…
Passado e presente em perfeita sintonia…

Confesso que o mosaico me decepcionou mas o mesmo não posso dizer do dragão nem do edifício onde se encontra… A minha amiga T., que já tinha andado pelas Ramblas duas ou três vezes, disse nunca se ter apercebido da existência do mosaico e do dragão. Depois desta confidência, pensei, para com os meus botões, que cada esquina, cada porta, cada recanto, cada janela, cada beco, enfim, cada pedra desta cidade tinha qualquer coisa para contar e eu precisava de estar permanentemente em “red alert”… (infelizmente não consegui). Acredito que os lugares têm memórias, nós só temos que fechar os olhos e ouvir as histórias que têm para nos contar.
Seguindo por La Rambla de Sant Josep, encontrámos o mercado com o mesmo nome, vulgarmente conhecido por Mercat de La Boqueria, o mercado mais antigo e mais badalado de Barcelona. Estava fechado, mas diz quem o conhece que as centenas de bancas de frutas, verduras, legumes, carnes, peixes, ovos, doces e um nunca mais acabar de produtos, têm um aspecto de tal maneira apetecível e irresistível, que é difícil não cair em tentação…

Em Las Ramblas passeia uma multidão de turistas dos quatro cantos do mundo, aqui podemos ver todo o tipo de pessoas. Esta avenida, ladeada de árvores, com cerca de 1500 metros de comprimento, liga a Plaça de Catalunya ao Port Vell, mais precisamente à praça onde se encontra o monumento a Colombo. Os seus 46 metros de largura são, em grande parte, ocupados pelo passeio central, onde encontramos muitos quiosques de floristas, aves, postais, jornais, recuerdos e, claro, os artistas de rua e os famosos homens estátua, alguns bem criativos…

Recordo-me de ter passeado por aqui, há mais de trinta anos…No entanto, a recordação está envolta em névoa, não é clara…
Las Ramblas é mais um dos símbolos de Barcelona e não há turista que não queira conhecer a artéria mais falada da cidade. Evidentemente que eu não fugi à regra e também caminhei pelo antigo leito seco do rio (o nome Rambla vem do árabe ramla que significa o leito seco de um rio e na verdade, aqui existiu um rio que corria até ao Mediterrâneo).


Apesar de a avenida não ter nada de transcendente, não consegui ficar indiferente e caminhei por La Rambla dels Estudis e por La Rambla de Canaletes, desfrutando desta vontade de viver que aqui se sente…

Chegámos à Plaça de Catalunya com vontade de continuar a desvendar a cidade mas sabíamos que o dia seguinte seria muito fatigante e, sensatamente, regressámos ao hotel.
O jantar foi supimpa! A noite tranquila.

Silenci si us plau...


sábado, 10 de outubro de 2009

Silence of the bees

Einstein terá dito "Se as abelhas desaparecerem, ao homem restarão apenas quatro anos de vida". Esta previsão catastrófica voltou à lembrança de todos, devido a um estudo bastante recente, feito por um conjunto de investigadores nos Estados Unidos.
A verdade é que está a verificar-se o desaparecimento súbito de muitas comunidades de abelhas. A verdade é que as abelhas são, cada vez mais, uma espécie quase em vias de extinção.
Segundos os investigadores, a radiação dos telefones móveis interfere com o sistema de navegação das abelhas, impossibilitando-as de encontrar o caminho de regresso à colmeia. O declínio das comunidades das abelhas ocorre quando os habitantes da colmeia desaparecem subitamente, perdendo-se e nunca mais regressando às colmeias de origem, acabando por morrer.
As explicações para este fenómeno estão por desvendar completamente, embora circulem mais teorias, desde o uso de pesticidas, ao aquecimento global, passando pelas culturas de organismos geneticamente modificados.

Não sei se Einstein terá feito essa afirmação sobre abelhas, que agora é famosa, mas o declínio das comunidades das abelhas é um fenómeno real que pode causar graves desequilíbrios ambientais, uma vez que as abelhas são responsáveis por mais de 90% da polinização e, de forma directa ou indirecta, por 65% dos alimentos consumidos pelos seres humanos.
Sem abelhas não há polinização e isso terá implicações graves nas colheitas em todo o mundo, uma vez que a maioria das culturas precisa do processo de polinização realizado pelas abelhas. Sem polinização não há alimentos.
Será assim o fim da espécie humana?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tornar (volver) a Barcelona (2)

Barcelona
11 de Setembro -2ª parte

Dia 11 de Setembro. Feriado em Barcelona.
Dia Nacional da Catalunha. Por todo o lado drapejavam bandeiras catalãs.

Treinemos o catalão, si us plau
L'Onze de Setembre, Diada Nacional de Catalunya, es commemora la caiguda de Barcelona després de mesos de setge en 1714 davant el duc de Berwick durant la Guerra de Successió en la que els Borbó (amb el seu candidat, el futur Felip Vè) i els Àustries (amb l'arxiduc Carles) lluiten per tota Europa per la corona d'Espanya, on va tenir caràcter de guerra civil perquè n'hi ha partidaris dels dos candidats en tot el territori, encara que majorment concentrats els del Borbó al Regne de Castella i els de l'austríac a la Corona d'Aragó. Amb la victòria del Borbó, s'implanta un sistema polític uniforme, derogant-se els privilegis nobiliaris i els sistemes legals provinents dels diferents Regnes medievals que formaven Espanya. Per això, l'11 de setembre també es recorda la consegüent abolició de les institucions i llibertats civils catalanes.

Ahora un poco de español
Durante todo el día se puede asistir a manifestaciones, conciertos e incluso puestos informativos con un cariz reivindicativo o festivo. Muchos ciudadanos cuelgan una señera en su balcón.
La señera (senyera en catalán) es el nombre de la bandera históricamente ligada a la Corona de Aragón. Se trata de una bandera de cuatro franjas rojas sobre fondo dorado o amarillo, usada oficialmente como la bandera autonómica de Cataluña.

Cansats? Jo sóc molt avorrida…

Um bocadinho em português, ok?
Com a proclamação da II República Espanhola, em 1931, reconheceu-se a Comunidade Autónoma da Catalunha e depois de prolongadas negociações aprovou-se o seu Estatuto no ano 1932.
Depois da derrota dos Republicanos e a vitória fascista na Guerra Civil (1936-1939), a Catalunha perdeu a sua autonomia e sofreu uma importante e pesada repressão cultural e linguística (com a abolição do uso do catalão), por parte do Estado Nacionalista Espanhol.

Més…en catalã
Durant la dictadura franquista la celebració fou novament prohibida, i fou relegada a l'àmbit familiar i particular, però es continuà celebrant de manera clandestina.

Daqui para a frente, em língua materna…
Felizmente, com a morte de Franco e o fim da ditadura, a Catalunya recuperou outra vez a sua autonomia e língua. Felizmente esta comunidade garantiu o direito à autonomia e possui uma cultura diferente e uma língua própria.
Fiquei amante da língua catalã. Gostaria mesmo de aprender catalão, tanto como gostaria de aprender italiano…manias…
Nem o italiano nem o catalão me serviriam para alguma coisa na minha chatíssima vidinha de todos os dias, nem tão-pouco me serviria para a minha vida profissional. Mas será preciso alguma justificação para aprender estas línguas? Claro que não!.. O prazer que isso me daria é razão suficiente para justificar esse capricho…
Para além da língua oficial, da cultura, do crescimento artístico e da criatividade, os catalães conquistaram a minha estima por mais dois motivos, não simpatizam com touradas e lêem mais do que os outros espanhóis
Visca Catalunya!
Depois desta minha manifestação pró Catalunya, talvez fosse boa ideia “entrar” no metro...
O nosso primeiro destino: Bairro Gótico
Mas isso fica para outro “post”…

Começavam as aulas

Nos meus tempos de estudante, era nesta data que as aulas começavam.
Por esse motivo nunca engracei com o mês de Outubro…
Talvez pelas lembranças desagradáveis que chegavam com a aproximação desse mês… as provas, as chamadas ao quadro, as sabatinas angustiantes (entre as alunas do Externato Rainha Santa e os alunos do Externato Mestre de Avis), os pontos (o mesmo que testes), os exames…


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Vai mas é trabalhar...

... vai fazer qualquer coisa de útil para a sociedade...


domingo, 4 de outubro de 2009

Dia Mundial do Animal

Como se pode ver, o meu gato ficou entusiasmadíssimo...

sábado, 3 de outubro de 2009

Tornar (volver) a Barcelona (1)

Barcelona
11 de Setembro -1ª parte

Podia postar sobre a minha viagem e visita a Barcelona, empregando uma palavra que, no meu ponto de vista, diria tudo o que esta cidade tem de fascinante.
Barcelona é imperdível!
Claro que eu não posso deixar de postar tudo sobre esta viagem. O meu arquivo não pode ter falhas. Quero muito regressar a Barcelona mas se isso não for possível, daqui a uns anos poderei “voltar” e reviver o passado, relendo estes escritos.

Embarcámos, de manhã, no Aeroporto da Portela, rumo a Barcelona.
O avião era da Clickair, uma companhia aérea criada em 2006 pela maior companhia aérea espanhola, a Ibéria, e que efectua voos regulares em regime low cost. Já este ano houve uma fusão com a Vueling.

Uma hora e meia depois, chegámos ao novo terminal (T1) do Aeroporto Internacional de Barcelona, conhecido por “El Prat” por causa do nome do município onde está localizado, El Prat de Llobregat, a 12 quilómetros de Barcelona. Este novo terminal de passageiros, inaugurado recentemente, compete com o maior aeroporto do país, o “Barajas”, situado na capital espanhola.

A minha filha R. nunca tinha andado de avião e a minha filha A. conhece os aeroportos de Heathrow e Orly, que servem, respectivamente, Londres e Paris.
Prevendo a grandeza do aeroporto “El Prat”, chamei a atenção das minhas filhas para a dimensão do Aeroporto da Portela, que serve a nossa capital, para que pudessem equipará-lo ao de Barcelona, sendo que esta cidade é “apenas” capital da comunidade autónoma da Catalunha.
Ficámos boquiabertas com a imponência do “bicho”… é descomunal!

Comparar o Aeroporto de Lisboa (capital de Portugal) com o Aeroporto de Barcelona é o mesmo que comparar uma pulga, não…um rato com um elefante. Também o serviço eficaz de transportes que ligam o aeroporto à cidade em nada se assemelha ao nosso. Em Lisboa, é difícil compreender por que razões nunca fizeram uma derivação, partindo da estação de metro da Quinta das Conchas ou ainda do Campo Grande, em direcção ao aeroporto. O aeroporto da Portela existe há muitos anos e mesmo quando a rede do metropolitano era mais pequena, houve sempre a possibilidade de unir as estações do Areeiro ou de Alvalade ao Aeroporto Internacional de Lisboa. Por que é que nunca foi feita esta ligação? Razões, certamente, que a minha razão desconhece.
No aeroporto de Barcelona, e não deixo de frisar, novamente, que esta não é a capital espanhola, há um serviço de autocarros, tanto no terminal 2 como no terminal 1, com destino à Praça da Catalunha, assim como um serviço de autocarros que liga o aeroporto a diversas localidades.
Um serviço de autocarro gratuito liga o terminal T1 ao T2. Foi, portanto, desta forma que chegámos ao terminal T2, depois de 5 minutos sempre a andar (aquilo é mesmo grande…). No terminal T2 há um serviço de comboios (Renfe) para o centro da cidade a cada 30 minutos. Todos os comboios têm paragem em Sants, Passeig de Gràcia, El Clot-Aragó e St. Andreu Comtal e todas as paragens têm ligação com o metro.

Apanhámos o comboio e saímos em Sants. Daí, fomos a pé até ao nosso hotel, o Hotel NH Numancia, situado na Carrer de Numancia, que fica a 1000 metros desta estação de comboios. Nesta mesma rua existe uma das entradas de metro da estação de Sants.
O Hotel NH Numancia é um edifício remodelado e com instalações modernas, localizado num sítio calmo, com acesso rápido ao aeroporto e a 3 quilómetros do centro.

Já devidamente instalados, a fome começou a apertar e almoçámos na rua do hotel. Por 9 euros cada um de nós teve direito a uma tortilha, um bifinho grelhado, super tenro, acompanhado de batatas fritas, pão, bebida e sobremesa ou café.
Depois do almoço, seguimos para o underground de Barcelona.
Devo aqui dizer que o metro de Barcelona é reconhecido como uma das redes de metro mais eficientes, cobrindo todo o perímetro urbano da cidade, é rápido e com uma comunicação visual compreensível. Sempre que uma composição sai de uma estação, aparece imediatamente, em contagem decrescente, o tempo que falta para outro comboio entrar na gare. Como não há bela sem senão, todas as estações de metro são quentes, talvez porque as carruagens têm ar condicionado e não há ventilação suficiente.
O sistema de metro oferece aos turistas diferentes tipos de bilhetes. Optámos pelo bilhete turístico de 2 dias, válido para um número ilimitado de viagens, pelo preço de 10,70 €. No último dia utilizámos bilhetes de 10 viagens.


(por este andar vou chegar ao fim de Outubro ainda a postar sobre Barcelona mas sou muito picuinhas... ou faço como deve ser e como gosto, ou prefiro não fazer...)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009