domingo, 28 de setembro de 2008

Feira do Artesanato VS Feira do Livro

No âmbito das Festas da Cidade, e como já é habitual, a Câmara organiza diversas iniciativas, umas mais culturais que outras.
Do programa constam as feiras do livro e do artesanato (feirarte).
Na feira do livro estão presentes algumas editoras (cada vez menos...) e alfarrabistas. A feira do artesanato conta com a presença de vários artesãos, barraquinhas de comes e bebes e outras que vendem produtos tradicionais e regionais, como queijos, enchidos, pão, bolos e doces. Ah, e a roulotte das farturas e o carrinho das pipocas (esse vício abominável que chegou às salas de cinema).
Fui à feira do livro e fiz uma passagem, quase relâmpago, pela feira do artesanato.
Felizmente para mim e infelizmente para o país, na feira do livro andava-se à vontade (tirando uns empecilhos que não andavam lá a fazer nada a não ser empatar...). No entanto, a feira do artesanato estava cheia de people.
A maioria das pessoas está completamente a borrifar-se para os livros. O que o pessoal quer é sandochas, pastelinho de bacalhau, chouriço e pão alentejano, uma tigelada de Abrantes e trouxas... e acham que trouxa é o que anda a gastar dinheirinho, mal empregado, por sinal, em livros... Se soubessem que eu gastei 26 euros, no alfarrabista, chamavam-me tóina!
Enfim, cada qual tem as suas prioridades e o que eu devoro mesmo são livros... embora não recusasse um pãozinho com chouriço...
Diz-se que não há fome que não dê em fartura mas a minha nem em fartura nem em pipoca!
Futebolisticamente falando, o resultado é 3 a 0, favorável ao "atrasanato"...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Let's look at the trailer (2)

Chariots of Fire - Movie 1981 - Opening Scene

Um dos filmes que tem um lugar especial no meu coração.
A banda sonora de Vangelis é brilhante...

Os (meus) Bichos

Não sou o Miguel Torga mas...

tenho os gatos gôdos mailindos do Mundo!

Gôdos não... Fotes!...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Muere lentamente quien...

Pelo respeito.
Pela admiração.
Porque faz hoje anos que morreu Pablo Neruda...

Muere lentamente quien se transforma en esclavo del hábito,
repitiendo todos los días los mismos trayectos,
quien no cambia de marca,
no arriesga vestir un color nuevo
y no le habla a quien no conoce.
Muere lentamente quien hace de la televisión su gurú.
Muere lentamente quien evita una pasión,
quien prefiere el negro sobre blanco
y los puntos sobre las "íes" a un remolino de emociones,
justamente las que rescatan el brillo de los ojos,sonrisas de los
bostezos, corazones a los tropiezos y sentimientos.
Muere lentamente quien no voltea la mesa cuando está infeliz en el trabajo,
quien no arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño,
quien no se permite por lo menos una vez en la vida,
huir de los consejos sensatos.
Muere lentamente quien no viaja,
quien no lee, quien no oye música,
quien no encuentra gracia en si mismo.
Muere lentamente quien destruye su amor propio,
quien no se deja ayudar.
Muere lentamente, quien pasa los días
quejándose de su mala suerte o de la lluvia incesante.
Muere lentamente, quien abandona un proyecto antes de iniciarlo,
no preguntando de un asunto que desconoce
o no respondiendo cuando le indagan sobre algo que sabe.
Evitemos la muerte en suaves cuotas, recordando siempre
que estar vivo exige un esfuerzo mucho mayor
que el simple hecho de respirar.
Solamente la ardiente paciencia hará que
conquistemos una espléndida felicidad

Pablo Neruda

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Message in a bottle (3)

Apetece-me postar aqui uma pequena passagem de um livro de Gonçalo Cadilhe.
Apetece-me, pronto!

Valência comove-me. Não é uma cidade bonita. Em muitos quarteirões é anónima e moderna, como se tivesse sido construída depois de uma guerra, com rapidez e eficiência mas sem preocupações estéticas. E, no entanto, comove-me na sua alegria quotidiana, na vivacidade comercial, na limpeza urbana, na profusão de espaços verdes. O efeito encantatório repete-se sempre de cada vez que passeio por uma cidade espanhola ao fim da tarde.
Entro numa livraria do centro e encontro, traduzidos para espanhol, livros que tinha procurado durante anos em Itália e em França. O panorama editorial de uma nação é a minha bitola do desenvolvimento dessa nação, muito mais fidedigna do que as estatísticas económicas, a propaganda turística ou as declarações políticas.
E lá estou eu a pensar no Hemingway, seco e eficiente, infalível, que afirmava na publicidade do turismo espanhol: "Eu não nasci em Espanha...mas não foi culpa minha."

domingo, 21 de setembro de 2008

Coisas do arco-da-velha... (1)

O acontecimento caricato que hoje aqui coloco é contado via e-mail e passou-se há uns meses.

O marido de uma colega minha escreveu-lhe textualmente o que se segue:

Pois é…
Hoje de manhã, vendo o saco com a roupa do H. e os chinelos da minha mãe, para trocar, agarrei nele e saí.
Estava eu a beber café com o meu colega e a dizer-lhe que tinha que ir ao Carrefour, à hora do almoço, trocar umas coisas, quando me veio à cabeça uma constatação sombria: onde tinha eu metido o saco? Não me lembrava nada de o ter posto no carro…
Qual filme de David Lynch vi-me a mim próprio a meter o saco da roupa e dos chinelos, no contentor do lixo em frente ao nosso prédio!
Larguei o meu colega e apressei-me para Carnaxide. No caminho, a mesma imagem assolava-me repetidamente: o velhote que costuma andar ao lixo, a passear amanhã na nossa rua, com as calças do H. e os chinelos da minha mãe… The Horror!
Chegado à nossa rua, largo o carro e dirijo-me para os contentores…Qual? Depois de passar por alguns segundos de intensa vergonha, encontro no fundo de um deles um saco com umas etiquetas a espreitar…Encontrei!
O mais difícil foi tirar o saco do fundo do contentor. Não é manobra fácil. Agora compreendo as razões que levam os velhotes que andam ao lixo a terem sempre um pauzinho do tipo de apanhar caracóis…
Fiquei com uma mistura de cheiros a casca de banana, bacalhau e leite azedo!
Não podia voltar ao emprego assim. Tive que ir tomar banho.
Será que andar a remexer no lixo é uma falta justificada?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Mais Prozac e Menos Platão!...

Começaram as aulas! Não se pense que este ponto de exclamação traduz alguma espécie de entusiasmo. Muito pelo contrário! Este segundo ponto de exclamação exprime ironia…
Começaram as aulas! Os horários mudam! O quotidiano altera-se e eu também…
“Mais Platão e Menos Prozac” é um livro de Lou Marinoff que explora os ensinamentos budistas, taoistas e do I Ching e ajuda (tenho as minhas dúvidas!) a ser mais racional, visto que, muitas vezes, as emoções nos toldam o raciocínio.
Isto não funciona comigo. Durante os próximos meses, até às férias do Natal, estarei receptiva a qualquer fármaco que combata a minha ansiedade generalizada. Generalizada porque passa por ter a cabeça em água, um nó na garganta, amargos de boca, o estômago às voltas, as tripas do avesso, o sangue a ferver nas veias, o coração aos pulos e os nervos em franja…
É assim! Quando a minha filha A.R. começa com aulas, sinto que sou vítima de violência doméstica! Só não telefono para a linha de apoio à vítima porque qualquer uma das pessoas que me atendesse não estaria psicologicamente preparada para ouvir as queixas de “maus-tratos” de que sou vítima. Essas pessoas estariam preparadas para ouvir que eu levava bordoada de três em pipa mas nunca as minhas queixinhas isentas de pancada.
Quando digo que sou vítima de violência doméstica não minto, ou pelo menos julgo que sou dona da verdade.
Saio de casa por volta das 7.20 e passo o dia de trabalho em frente ao computador (brevemente espera-me um daqueles cursos chatíssimos de formação). Acumulo outros cargos pós laboral mas este é o único que é remunerado…
Depois de sair do emprego (ao 1º toque como na escola mas às 8.30 já lá estou!...) começa a violência.
Passar no supermercado quando é preciso e é quase sempre preciso, ir buscar a A.R., aos meus pais, quando é preciso e é preciso muitas vezes, fazer o jantar a contar com o almoço dela para o dia seguinte, tratar de roupas e da casa. Ao mesmo tempo que executo estas tarefas domésticas (um vómito!...) vou fazendo “piscinas” entre a cozinha, outras divisões da casa e os locais de estudo (felizmente a A.T. já quase não me chama…) para tirar dúvidas, ensinar, explicar e ajudar a estudar. Claro que para poder dar todo este apoio, tenho que estar a par da matéria e o que é que eu faço? Estudo!
A tudo isto chamo violência doméstica!
Mau trato não se limita a soco, pontapé ou bofetada, mau trato é também o lufa-lufa do dia a dia que nos deixa de rastos.
Em todo o caso, fui eu que escolhi este caminho (devia estar lerda nesse dia, eh, eh, eh). Ao longo da vida fazemos escolhas, ter filhos foi uma delas e claro que nem me passa pela cabeça não ser responsável pelas escolhas que fiz.
No entanto, não deixa de ser uma violência! É violento! Talvez apresente queixa em tribunal! Pensando melhor não me parece uma boa ideia. A justiça é lenta e quando, finalmente, me desse razão já eu tinha morrido, encarnado num gato dorminhoco, independente e a viver feliz em casa de um qualquer filósofo…
Evidentemente que durante estes meses em que sou vítima de violência doméstica, faz mais efeito um Prozac que um Platão! E durante este tempo nem quero ouvir falar de teorias filosóficas, a não ser que sejam pros(z)aicas ou as teorias de cágado!(daquelas que vou assimilando ao longo da vida…)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Homenagem

Breve mas sentida referência, de um mortal que não tem onde cair morto (eu), a Richard Wright, o imortal teclista dos Pink Floyd.
A música dos Floyd é intemporal!
Wish you were here...
Us and them!...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Livros e Mar: eis o meu elemento! (2)


Na colónia portuguesa de Goa, no fim do século XVI, a Inquisição fazia progressos na sua missão de impedir os "bruxos" - quer fossem nativos hindus, quer imigrantes judeus – de praticarem as suas crenças tradicionais. Os que se recusavam a denunciar outros ou a renunciar à sua fé eram estrangulados ou queimados em autos-de-fé. De grande rigor histórico, o último romance do autor de "O Último Cabalista de Lisboa" é simultaneamente um policial histórico absorvente e uma profunda exploração da natureza do Mal.

domingo, 14 de setembro de 2008

Memórias e Afectos (2)

Novamente a casa onde nasci mas vista de "costas"...
Foi nesta escada de ferro que a minha veia artística se revelou pela primeira e última vez. Esta escada tinha degraus com desenhos geométricos que eu, pacientemente, pintava com...água!

A minha "tinta" secava com uma rapidez alucinante mas nunca desisti...
Por que razão haveria de desistir? No início dos anos 60 eu tinha todo o tempo do mundo, toda uma vida pela frente...

sábado, 13 de setembro de 2008

Mamma Mia!




Mamma Mia!





Meryl Streep a cantar? E um ex-Bond a juntar-se a ela? É pouco provável mas acontece e tem muita piada. A boa disposição é contagiante e cheguei a rir até às lágrimas...
O filme até pode ser ridículo mas não vale a pena resistir, é muito divertido.
É um filme difícil de odiar e fácil de gostar...

Let's look at the trailer (1)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

É importante saber

“Salvem o Largo do Rato” é o nome de uma petição que me chegou via e-mail, em Julho, para impedir a construção de um edifício da autoria dos arquitectos Frederico Valsassina e Aires Mateus. O referido e-mail trazia, igualmente, um endereço do blog do redactor da petição.
Na passada terça-feira, por iniciativa da Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos, foi feita a apresentação pública do projecto. Durante o debate foram muitas as opiniões manifestadas.
Eu quero, apenas, manifestar a opinião de um professor da R. que dizia
“Não se discute arquitectura com quem não sabe”.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O 11 de Setembro...

Uma data digna de registo.
Certamente não há ninguém que, mundialmente, não tenha conhecimento da tragédia que abalou a América há sete anos atrás. A partir dessa data, segundo muitos entendidos, o Mundo não mais voltaria a ser igual, o Mundo mudou.
Este trágico acontecimento para além de nos deixar consternados, deixou-nos uma sensação de impotência, de desconforto, de insegurança e de desrespeito pela vida.
No entanto, eu festejo esta data, aliás, já festejava esta data muitos anos antes do ataque às Twin Towers. A razão é simples, é o dia do aniversário do meu irmão J.C.
O meu irmão, embora não seja mundialmente conhecido, é muito popular, tão popular como o Silva dos plásticos (alusão a uma anedota corrente numa época que já lá vai...).
Não posso dizer que o nascimento dele foi uma tragédia, longe disso, acho até que nasceu um grande comediante. Quem ficou abalada não foi a América, mas sim a minha mãe (ainda hoje anda assim, será que a culpa é dele? Eh eh eh).
O nascimento dele não fez, com toda a certeza, o Mundo mudar, mas mudou vidas, fez a minha mãe mudar fraldas e fez, talvez, o meu pai mudar de emprego...
De facto, não mudou o Mundo, mas mudou o mundo de muitas pessoas...
O Mundo, realmente, não ficou diferente, mas eu não seria a mesma se não tivesse este meu humano mano...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Memórias e Afectos (1)


O número da porta era 418.
Nasci nesta casa, mais propriamente
no quarto do 1º andar, do lado direito.


...da minha alegre casinha
tão modesta quanto eu
meu Deus como é bom morar
num "modesto" 1º andar
a contar vindo do céu...


terça-feira, 9 de setembro de 2008

O céu pode esperar...

Neste dia, há oitenta e oito anos, nascia nas Caldas da Rainha a minha mãe. No mesmo dia, o meu pai, nascido em Lisboa, fazia sete anos e, como era habitual, estava a passar as férias, com os pais, na conhecida cidade termal.
Até aqui parece apenas uma coincidência engraçada.
O curioso é que as minhas avós eram grandes amigas. Amigas que trocavam correspondência, visto que uma vivia nas Caldas e a outra na capital.
Eram poucas as vezes que se encontravam. Apenas nas férias dos meus avós paternos e numa vinda esporádica dos meus avós maternos a Lisboa.
Acontece que, no dia em que o meu pai fazia sete anos, viu a minha mãe recém-nascida...
A outra curiosidade é que têm os dois o mesmo nome próprio.
Casaram em Março de 1939 e continuam juntos até hoje, embora a troca de galhardetes e a falta de paciência (em que a minha mãe é uma expert) sejam uma constante na vida destes dois seres que eu adoro...
O meu pai faz 95 e a minha mãe 88 anos.
Há gente que fica na História, na história da gente...

domingo, 7 de setembro de 2008

Message in a bottle...(2)

Por ser domingo, apenas uns excertos de uma crónica de Miguel Somsen.
...
Quando o Verão era quente e o Outono outonal, ainda se conseguia perceber a diferença. Agora não; agora as estações têm títulos estrangeiros - o Verão é a "silly season", o Outono a rentrée.
...
No início, a "silly season" servia apenas para exonerar a estupidificação geral de um país de férias, desculpando uma certa leviandade assumida em que ninguém era punido por ler revistas cor-de-rosa e jornais de futebol. Depois apareceram os questionários de Verão, e toda a gente achou que era bom para a imagem levar um livro para ler nas férias ou " pôr a leitura em dia". Pôr a leitura em dia, no Verão? Isso é quantos capítulos do último Margarida Rebelo Pinto? Tirando meia dúzia de bloguistas e bloquistas, ninguém tem tempo para ler o que quer que seja no Verão - excepto manuais de telemóveis, bulas de medicamentos, saldos de multibanco e a entrevista "exclusiva" da nova namorada do Ronaldo.
O que nos sobra para a rentrée? O habitual: crime e futebol. Ou melhor, assaltos e Benfica. Ou seja, de uma forma indirecta, temos o Moita Flores (crime) e o Quique Flores (castigo, perdão, Benfica). No fundo, e como sempre, duas formas de impunidade com floreados. Veja-se o último Benfica-F.C.Porto: no Estádio da Luz, um adepto invade o relvado para agredir o juiz de linha. Milhões viram em directo pela televisão.
...A Comissão Disciplinar da Liga decide criar uma manobra de diversão, punindo o central benfiquista Luisão com dois jogos de suspensão. Quem viu?
...Num Estado de Direito, uma agressão ao árbitro deveria ser sempre caso de polícia e não "fait-divers" desportivo.
...
Mas ninguém pode acusar os portugueses de falta de imaginação: depois de meio ano a ser roubado no preço dos combustíveis, é natural que o meliante português decida iniciar o segundo semestre a assaltar gasolineiras.
...em vez de levar o barril de petróleo, os bandidos roubam 200 euros da caixa e alguns chocolates da montra. Mas a intenção está lá - roubar aos ricos - e foi, como se sabe, apadrinhada pelo primeiro-ministro. Alguém se lembra da "taxa Robin dos Bosques" que ele queria aplicar às petrolíferas? Claro que ninguém se lembra, isso foi muito antes da "silly season".



sábado, 6 de setembro de 2008

Reservado à Indignação (2)

O egoísmo nacional instalou-se! Completamente...
Aliás, neste rectângulozinho chamado Portugal, ainda não se instalou a anarquia porque numa anarquia não há governo. Não... não vou entrar em politiquices porque não tenho bagagem para isso...
Deixámos de ser um país e passámos a ser um "sítio mal frequentado"...
As pessoas (malta nova, meia idade e os velhotes) não sabem viver em sociedade, a falta de civismo é corrente e o egoísmo nacional instalou-se...
Quando alguém encontra amigos ou vizinhos há uma tendência para ficarem a conversar ocupando o passeio e os outros que se lixem...literalmente! Tenho que me desviar, passar pela estrada ou pedir licença mas se tenho a triste ideia de fazer qualquer comentário, ai Jesus...estou feita! Deve ser porque a razão está do lado deles, claro!...
Quando preciso ir ao caixa automático, vulgarmente conhecido por multibanco, tento encontrar um que não tenha ninguém mas por vezes o multibanco mais próximo tem gente, melhor dizendo, tem gentinha. Essa gentinha, ao contrário de mim, nunca tem pressa, nunca tem nada mais interessante para fazer e é sempre muito organizada...
Quando eu chego ainda estão à procura da carteira na mala, no bolso ou na "pochete"...
Depois de fazerem todas as operações a que têm direito, incluindo a consulta ao NIB e IBAN só para me chatear, tornam a guardar o cartãozinho na respectiva carteirinha que por sua vez será guardado na malinha, na "pochete" ou no bolsinho...e eu a bufar! Tudo isto podia ser feito depois de me terem dado a vez em frente à máquina, mas não, quem está à espera que se lixe...literalmente!
A fila do supermercado é outro sítio fantástico para encontrar energúmenos do mesmo género. Desde os que deixam o cesto na fila a guardar lugar e andam ainda às compras (os chicos espertos), passando pelos que afinal não querem levar o desodorizante ou as pastilhas elásticas e tem que vir alguém para anular o que eles não vão levar, e acabando nos que abrem a carteira cheia de trocos para a menina da caixa contar...
E quando eu salto de uma fila para outra que tem menos gente e acabo por me despachar mais tarde? Acho que isto está explicado matematicamente... Talvez seja alguma moda estatística, alguma razão entre o número de pessoas na fila e a lentidão da menina da caixa ou uma fracção imprópria... A verdade é que não tenho paciência e quem fica imprópria para consumo sou eu! Fico consumidinha...
O egoísmo nacional está de tal forma enraizado que eu já cheguei a pensar que sou eu que estou errada...
Completamente...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Gosto...e não se fala mais nisso! (1)


Azenhas do Mar! Mar adentro...
Sempre me senti fascinada por este local...
Talvez pelas casas brancas construídas no penhasco, pela piscina natural e pela força das ondas, talvez porque ali o tempo parece não passar, talvez porque também eu queria uma janela debruçada para o mar...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A "tremura" dos cinquenta...

“Enquanto o corpo funciona, não nos apercebemos do grande inimigo que ele pode ser; se cedemos na vontade de o contrariar mesmo por um instante, estamos perdidos.”

Eu já estou perdida…mas há coisas que só se consegue compreender quando se tem uma certa idade.
As coisas que agora me dão prazer, as coisas que agora eu desejaria fazer, não me dariam prazer nem desejaria fazê-las quando tinha quinze, dezoito, vinte e cinco ou mesmo trinta anos.
Não me parece que aos quinze anos gostasse de estar sem fazer nada, do “dolce fare niente”, de vegetar… No entanto, actualmente, é uma das minhas especialidades…
É tão bom não fazer nada e depois descansar…é tão bom estar para ali a “aboborar”…adoro!
E dormir? É pouco bom, é... Dormir até me fartar…mas nunca fazer a “siesta” porque fico toda trocada, toda baralhada, não sei se estou na véspera (?) ou no dia seguinte, enfim, toda virada do avesso…
Adormecer a ver televisão é a cerejinha no topo do bolo!...
“Eu quero dormir, dormir perdidamente!
Dormir só por dormir: aqui…além…”
A Florbela (nunca, mas mesmo nunca, confundir com Floribela) “espancava-me” se lesse tamanha heresia…
É evidente que aos dezoito anos queria ir para o café, depois de jantar, ter com os amigos, sair e divertir-me. Qual dormir!?...
Enquanto estou a “aboborar” mas ainda não caí nos braços de Morfeu, gosto muito de fazer “mappling”…e “zapping”…entregando-me a estas actividades com um profissionalismo surpreendente, coisa que nunca acontecia quando tinha vinte e cinco aninhos....
Acontece que cheguei precocemente à idade do “Condor” (com dor aqui, com dor ali…) mas como tenho colegas, mesmo os que são um pouco mais novos, que já chegaram a esta “idade”, julgo que não é preocupante. Talvez, quiçá, um defeito de fabrico…mas o prazo de reclamação já passou há alguns anos…
Claro que, para além de atleta de alta competição nos “desportos radicais” mencionados, gosto de uma boa leitura e de sublinhar os livros, gosto de conversar com as minhas filhas e de mimar os meus gatos, de cinema, de alguma música, de navegar na Net, de aprender coisas novas, de jardinagem, de “esplanading” (preferencialmente se tiver um livro), de rir, de beber um gin tónico…
Gosto de passear à beira-mar principalmente quando não é Verão e a praia está deserta e apanhar búzios e conchas enquanto os meus pézinhos, na areia, vão deixando pegadas que o mar faz o favor de apagar…

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

A minha onda (1)

Bruce Hornsby and The Range - The Way It Is (1986)